Artes/cultura
28/04/2020 às 04:26•2 min de leitura
A capacidade de contágio do novo coronavírus, causador da covid-19, já é reconhecidamente altíssima. Porém, um novo estudo publicado na Nature pode indicar uma capacidade do vírus em permanecer por tempo indeterminado no ar e no interior de imóveis, alertando para um poder de contágio ainda maior do que o esperado.
A pesquisa foi feita na região de hospitais de Whuan, na China, a cidade que foi o epicentro do novo coronavírus, e o artigo foi disponibilizado nesta segunda-feira (27) no site do periódico Nature.
O trabalho foi realizado pela equipe de Ke Lan, da Universidade de Wuhan, foi concluído no dia 14 de março e contou com 16 pesquisadores chineses. Foi realizado o recolhimento de amostragem em dois hospitais diferentes, sendo um deles de campanha, e coletadas 40 amostras de 31 ambientes diferentes na região dos hospitais.
Eles analisaram banheiros, Unidades de Terapia Intensiva, salas de espera, entradas do estabelecimento, supermercados e outros imóveis que estavam localizados em regiões próximas aos dois hospitais.
(Fonte: Pixabay)
Eles descobriram partículas do Sars-Cov-2 suspensas no ar de hospitais, ruas próximas e imóveis perto do local. A presença foi medida em aerossol e confirmou as suspeitas de que o novo coronavírus poderia sobreviver em diferentes superfícies por vários dias.
Os pesquisadores também analisaram os índices diferentes gerados pelas seguintes variantes: ventilação, higienização e aglomeração. Dessa forma, descobriram que o local de troca de EPIs era o mais contaminado, mas que o índice diminui bastante graças às desinfecções feitas constantemente.
A surpresa ficou por conta da descoberta de que locais abertos nas ruas próximas aos hospitais apresentavam altíssima concentração do vírus, isso por causa do grande número de pessoas doentes que devem circular pela região para chegar ao hospital. Além, disso também encontraram sinais do coronavírus em um mercado próximo e em parques da região.
Ainda que assustadoras informações, não está confirmado se este vírus suspenso poderia infectar alguma pessoa, pelo menos não com a mesma facilidade e eficiência com a qual as gotículas ou o contato direto de corpo humano contaminam uma pessoa saudável.
(Fonte: Pixabay)
Entretanto, essas informações acendem o alerta para a importância do isolamento social e para a necessidade do uso de máscaras quando precisar sair de casa, já que as partículas podem sobreviver mais tempo do que o esperado suspensas no ar e em objetos.