Ciência
11/05/2020 às 09:00•2 min de leitura
A ABC Displays, uma empresa de publicidade de Bogotá, na Colômbia, acaba de divulgar uma solução inédita, porém um tanto mórbida, para a escassez de leitos hospitalares e caixões durante a pandemia do coronavírus: trata-se de camas de papelão com grades de metal que podem se intercambiar em caixões através de dobraduras.
O produto, que irá custar US$ 85 (cerca de R$ 490), foi projetado, segundo o gerente da empresa, Rodolfo Gomez, após ele ter assistido às notícias catastróficas vindas do vizinho Equador, onde corpos se amontoavam por falta de caixões. Isso o inspirou a trabalhar em uma clínica particular onde desenvolveu um protótipo de cama-caixão capaz de suportar cerca de 150 quilos.
Além da escassez, afirma Gomez, "as famílias pobres não têm como pagar por um caixão". Os fatos citados pelo empresário colombiano referem-se à cidade de Guaiaquil, principal porto do Equador, onde famílias tiveram que manter seus mortos em casa até conseguirem doações de caixões de papelão para enterrá-los.
Fonte: Fernando Vergara/AP
O objetivo inicial da ABC Displays é doar 10 camas-caixão para o departamento de Amazonas, localizado na parte meridional da Colômbia e o maior do país. O motivo da doação é que a região é uma das mais carentes de recurso, embora ainda não se saiba se as camas serão utilizadas.
Alguns especialistas expressaram suas dúvidas em relação à robustez do novo produto. Um médico que examinou o produto alertou que, antes de ser colocados num caixão de papelão, os corpos devem ser previamente inseridos num saco selado para evitar uma possível propagação da doença.
A empresa de publicidade, sediada em Bogotá, está atualmente com suas atividades paralisada em decorrência do lockdown decretado pelo governo. O País conta com 11.631 casos confirmados de coronavírus, e 481 mortes confirmadas. Grande parte de contaminados veio através da fronteira com o Brasil.
Na Amazônia brasileira, a cidade de Manaus também enfrenta uma carência de caixões, tendo recebido na segunda-feira passada (04) um lote de 300 urnas funerárias para atender à crescente quantidade de enterros realizados durante a pandemia de covid-19. O sindicato das empresas funerárias declarou não ter caixões suficientes para a demanda verificada.
O estado do Amazonas tem 13.273 infectados pela covid-19 com 1.046 mortes registradas.