Ciência
23/05/2020 às 09:00•2 min de leitura
Em um impasse de como levar energia elétrica para outros planetas, engenheiros da NASA consideram levar reatores nucleares para o espaço. Encarando problemas como carência de luz solar e o tempo crescente de missões espaciais, cientistas consideram a energia nuclear como a solução mais simples para o problema.
A exploração espacial é de enorme interesse da raça humana — e das agências espaciais. Transportar humanos ou máquinas para outros planetas já tem solução definida, mas como proporcionar conforto e suporte para os viajantes durante a estadia fora da Terra? Para a NASA, a resposta é simples: energia nuclear.
Como levar energia elétrica para o espaço é uma questão que perdura há anos para agências espaciais, mas engenheiros da NASA acreditam que a solução é mais simples do que imaginavam. A energia nuclear é um dos meios de produção de energia mais explorados aqui na Terra e pode ser levada para outras órbitas.
“Eu odeio chamar isso de inovação já que não é assim tão complicado”, comenta David Poston, engenheiro nuclear da Los Alamos National Laboratory, ao Chemical & Engineering News. Para ele, essa solução não é das mais complexas, mas outras questões devem ser analisadas para o envio de reatores nucleares.
Um deles é o tamanho das instalações. Para a NASA, construir uma unidade de produção de energia nuclear completa na Lua está fora de cogitação; por isso, o instituto trabalha numa alternativa de tamanho reduzido e que se adapte às condições do ambiente lunar.
Os engenheiros afirmam que quatro reatores renderiam energia suficiente para um time de seis tripulantes para viver em Marte e utilizarão a Lua como ambiente de teste. “Na Lua, você está mais perto de casa; então, se algo falhar, será uma viagem para casa significativamente curta. Já em Marte, é melhor que o sistema funcione corretamente.” Comenta Michelle Rucker, engenheira da NASA, ao C&EN.
Atualmente, o reator de fissão nuclear depende não só do sucesso do projeto, mas também de investimento financeiro. Dionne Hernández-Lugo, pesquisador do Centro de Pesquisa John H. Glenn, diz que o plano orçado pela equipe prepara o terreno para construírem e enviarem um sistema de produção de energia de superfície na Lua.
Se o projeto der certo, o próximo passo é o envio de estações para Marte. Para isso, será necessário o estudo de todas as tecnologias já testadas para a produção de energia fora da Terra — incluindo energia nuclear. Para isso, todas as condições do ambiente marciano serão consideradas e quais alterações precisam ser feitas antes do envio.
NASA estuda produção de energia nuclear para missão em Marte via TecMundo