Ciência
06/07/2020 às 08:00•2 min de leitura
Os impactos da pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19, têm preocupado cientistas e profissionais da saúde por todo o mundo. A nova doença está alterando, de momento, o estilo de vida de muitas pessoas e cobrando atitudes como isolamento social, uso de máscaras e maior cuidados de higiene para que ela seja contida.
Além das preocupações de momento, surgem também questionamentos sobre efeitos futuros e em saber como o corpo reage após ter o vírus: ficam sequelas? O corpo cria anticorpos para previnir futuras contaminações? Segundo um estudo sueco, a imunidade pode ser bem maior do que aparenta.
Entender como funciona a imunidade após alguém passar pelo pesadelo que é ter covid-19 está trazendo inúmeras respostas e, muitas vezes, elas são quase opostas. Alguns estudos apresentam que não existe uma imunidade, e outros mostram que ela pode surgir até nos casos mais tranquilos da doença.
Cientistas suecos do Insituto Karolinska, porém, apresentaram um novo estudo que indica que a imunidade ao novo coronavírus poder ser maior do que aparenta.
(Fonte: Pexels)
A pesquisa envolveu 200 pessoas, sendo elas doadoras de sangue e pacientes da covid-19. Os resultados apresentaram que o número de imunes ao novo coronavírus pode ser maior do que os testes de anticorpos apresentam.
Segundo o trabalho, a cada pessoa que tinha resultado positivo para os anticorpos contra Sars-CoV-2, duas apresentavam as células T. Estas são as células de defesa do nosso sistema imunológico e são responsáveis por identificar e destruir as que estão infectadas.
Dessa forma, essas pessoas que não teriam os anticorpos específicos para a covid-19, ainda poderiam ter algum tipo de imunidade à doença. Essas mesmas células T estão presentes em pacientes que tiveram sintomas leves da doença e em pessoas assintomáticas.
(Fonte: Pexels)
Ainda que apresente uma possibilidade muito positiva, o estudo ainda não foi publicado em uma revista científica de renome e nem foi avaliado por cientistas que não fizeram parte do trabalho. Entretanto, o imunologista Danny Altman, da Imperial College de Londres, trouxe impressões positivas em entrevista à BBC.
Segundo ele, o estudo é bastante impressionante e completo, trazendo uma nova perspectiva que coloca em cheque os índices apresentados pelos testes de anticorpos.