Ciência
21/01/2021 às 03:00•2 min de leitura
Um grupo de arqueólogos ligados ao governo do Egito anunciou no último sábado (16) os resultados de escavações na região de Saqqara, que fica ao sul da capital Cairo. As descobertas envolvem um templo dedicado à rainha Nearit, esposa do faraó Teti, e incluía ainda um espaço para sepultamentos.
O templo era feito de pedra e ainda continha uma série de objetos utilizados em oferta para o casal.
Porém, a maior descoberta foi mesmo a dos três cômodos próximos feitos com tijolos, contendo mais de 50 sarcófagos de madeira datados de um período entre 1.186 a.C a 1.150 a.C.
Análises mais aprofundadas ainda serão realizadas, mas especula-se que os ocupantes eram cultistas que se reuniram após a morte do faraó. O grupo teria durado mais de mil anos e os mortos eram todos sepultados no local pela proximidade com a pirâmide de Teti.
O objeto mais badalado das escavações foi uma série de fragmentos que, se reunidos, formam parte do Capítulo 17 do “Livro dos Mortos”, um manuscrito com instruções sobre como seguir o além-vida a partir das tradições do Antigo Egito.
O dono do pergaminho parece ser um indivíduo de nome Pwkhaef, que está sepultado no local e assinou também algumas esculturas que serviriam para ajudar no processo de transição do falecido. O objeto agora será comparado com outras cópias do mesmo texto, para identificar se ele possui conteúdos diferentes.
Outra figura influente que foi sepultada no local é Khaptah, um militar que supervisionava o veículo de transporte de um faraó. Ele tinha seis filhos e o casal era devoto de Osíris, de acordo com desenhos encontrados nas paredes da tumba. Diversas múmias foram encontradas, incluindo uma em especial com condições de saúde peculiares: a febre familiar Mediterrânea, uma doença hereditária de caráter inflamatório.
Um pequeno altar dedicado a Anúbis também foi identificado, mas sem maiores informações. Até mesmo um jogo de tabuleiro antigo foi encontrado: Senet, que era popular na região.
A equipe de egiptólogos que realizou a operação foi liderada por Zahi Hawass, um especialista renomado na área. Segundo ele, a ideia é que a descoberta ajude a completar os conhecimentos a respeito da região de Sacara entre os séculos 16 a.C e 11 a.C.