Ciência
11/02/2021 às 14:00•2 min de leitura
Arqueólogos da Universidade de Akdeniz, na Turquia, descobriram dezenas de estátuas de terracota representando deuses gregos e humanos na cidade de Demre, em Antália. Segundo os pesquisadores, as imagens datam de 2 mil anos e contam um pouco mais sobre as inúmeras lendas e mitos existentes na antiga região de Mira, considerada “um dos mais importantes assentamentos ancestrais da Lícia”.
As estatuetas foram encontradas bem conservadas, com algumas contendo inscrições, cores e pinturas perceptíveis, e estavam soterradas sob uma grossa camada de limo. Junto às figuras de deuses, como Artemis, Hércules, Afrodite, Leto e Apolo, estavam imagens de humanos, com cabeças de mulheres, crianças e de um cavaleiro, que se misturavam entre uma variedade de objetos de cerâmica, bronze, chumbo e prata.
“As numerosas figuras de terracota foram uma surpresa. É como se os habitantes da antiga Mira ressuscitassem através de um ‘túnel do tempo'”, afirmou Nevzat Cevik, arqueólogo que liderou as escavações. O estudioso também acredita que o achado “nos dá ricas pistas sobre o que existia na misteriosa Mira sob uma espessa camada de lodo nos séculos I e II a.C.”.
Greek gods and ancient mortals ‘resurrected’ in terracotta figurines discovered in Turkey https://t.co/7mw7g4QmpH pic.twitter.com/D6nyWSSfCd
— Live Science (@LiveScience) February 4, 2021
Segundo a equipe, as buscas giraram em torno de antigas histórias sobre o teatro helenístico, local de obsessão por parte dos pesquisadores. A estrutura, que remonta do período de Alexandre, o Grande, vinha sendo escavada desde outubro de 2020, e acabou dando mais respostas do que era esperado.
Pesquisas indicam que o teatro helenístico, localizado em um dos maiores portos do antigo Mar Mediterrâneo, era adornado com estátuas e bustos das pessoas de maior importância para a cidade de Mira, destacando-se em meio aos deuses gregos. Apesar de ser algo comum na região, a presença das estatuetas de terracota aponta para outra atividade local, sugerindo a chegada de grupos estrangeiros.
Fazendo referência à expressão “convivência coletiva”, Nevzat Cevik esclareceu que a natureza dos artefatos não tem origem na região, sendo oriundos de povos cultistas e adoradores que os trouxeram para a área. Dessa forma, a continuidade nas pesquisas e escavações deve trazer mais conclusões sobre o período helenístico de Mira e a participação do povo na descoberta.