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08/03/2021 às 09:00•2 min de leitura
Um grupo de arqueólogos do Instituto de Memória Nacional da Polônia (Instytut Pamieci Narodowej) descobriu covas clandestinas que abrigavam os corpos de freiras assassinadas durante a Segunda Guerra Mundial.
A busca pelos esqueletos das sete freiras começou em um terreno de Gdansk, a maior cidade portuária do país, em julho de 2020. O corpo da irmã Charytyna foi o primeiro desenterrado do local, um cemitério público da cidade.
Os corpos foram enterrados de forma improvisada em 1945 (Fonte: IPN/Reprodução)
Em outubro, outros três esqueletos foram descobertos, pertencentes às irmãs Generosa, Krzysztofora e Liberia. O achado indicava que aquele era o local certo, e que provavelmente mais corpos seriam encontrados.
As últimas três freiras foram desenterradas somente nas últimas semanas, após um intenso trabalho da equipe de escavação. Para encontrar os corpos, eles compararam a planta do cemitério com registros públicos de sepultamentos, chegando a um provável local de 20 metros quadrados. Para chegar às covas antigas, corpos mais recentes tiveram que ser exumados.
A escavação levou meses e envolveu exumação de corpos mais recentes (Fonte: IPN/Reprodução)
Junto dos esqueletos, documentos e objetos ajudaram a identificar a origem das freiras. Acessórios religiosos, como crucifixos e rosários, indicam que elas pertenciam à ordem de Santa Catarina de Alexandria — exatamente o que os pesquisadores procuravam desde o início.
Todas as freiras encontradas trabalhavam como enfermeiras no hospital de Santa Maria, em Gdansk. Elas foram mortas no mesmo período, por volta de 1945, quando o exército soviético passou a ocupar aos poucos a Polônia, expulsando os soldados nazistas.
Objetos religiosos achados junto com as freiras (Fonte: IPN/Reprodução)
Para controlar a região, a União Soviética agiu com bastante violência contra grupos locais influentes, incluindo milícias e ordens religiosas. Prisões, espancamentos públicos e execuções eram comuns, além de saques em igrejas e hospitais, que foi o caso das freiras de Santa Catarina de Alexandria.
De acordo com documentos encontrados nas pesquisas iniciais do instituto, as freiras foram mortas com altas doses de violência e tortura, com tiros e golpes de baioneta. Uma das freiras, a irmã Krzysztofora, teve olhos e língua arrancados após lutar com um soldado.
Análises mais específicas devem ajudar a confirmar a identidade das freiras (IPN/Reprodução
Agora, os restos passarão por análises mais complexas e testes de DNA para comprovar a identidade.