Estilo de vida
07/09/2021 às 07:00•2 min de leitura
Pesquisadores da Escola de Medicina de Yale (Estados Unidos) e da Fundação Jim Henson revelaram que a utilização de fantoches humanizados pode promover o aprendizado em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), colaborando com a melhoria das habilidades sociais através da atenção visual. O estudo, publicado no início de agosto na revista Autism Research, é pioneiro e marca o primeiro uso de evidências anedóticas na categoria.
Ao lado de Cheryl Henson, filha do célebre criador dos Muppets, Katarzyna Chawarska, diretora do Centro de Excelência do Centro de Estudos infantis do Yale Child Study Center, analisou os padrões de respostas de pequenas crianças com TEA e os comparou com os de crianças em desenvolvimento, enquanto exibia interações animadas da fantoche Violet. Os resultados surgiram de imediato e apresentaram uma atração similar entre os grupos, com ambos observando atentamente o boneco e praticamente ignorando o humano que o controlava.
“Crianças com autismo são menos propensas a atender e se envolver emocionalmente com seus parceiros sociais, o que limita sua exposição a uma série de importantes oportunidades de aprendizagem e experiências”, disse Chawarska. “No presente estudo, descobrimos que, enquanto crianças com autismo prestavam tipicamente menos atenção que os pares em desenvolvimento quando um parceiro interativo é humano, sua atenção era curiosamente grande quando o parceiro interativo era Violet, o fantoche. Nossos achados destacam as vantagens atencionais e afetivas dos fantoches que espero poderem ser aproveitadas para aumentar os esforços terapêuticos em crianças com TEA.”
(Fonte: Autism Research/Reprodução)
Durante o estudo, as crianças ficaram sentadas em uma sala escura à prova de som, contendo um monitor LED que exibia um vídeo de aproximadamente 90 segundos. As reações e o período de observação dos pequenos foram rastreados por um software verificador de olhos.
Embora outros estudos tenham apresentado informações sobre o uso terapêutico de robôs no tratamento social de crianças com autismo, os experimentos com fantoches foram os primeiros baseados em evidências anedóticas, ou seja, evidências pessoais e subjetivas que ganham caráter científico após uma falsa relação de causa e efeito. Além dos casos propriamente ditos de TEA, a interação com Violet resultou em sintomas similares mesmo em voluntários com casos mais graves.
Enquanto o projeto continua a todo vapor, os pesquisadores seguem animados com o futuro, e chegam a vislumbrar uma comunidade com TEA capaz de aprimorar suas compreensões sociais e a consequente interação via terapia, independente do nível de comprometimento de um indivíduo.