Árvore mais alta da Ásia é encontrada em cânion no Tibete

Pesquisadores da Universidade de Pequim, na China, descobriram recentemente a árvore mais alta da Ásia: um gigantesco cipreste de 102 metros de altura que está localizado no Yarlung Tsangpo Grand Canyon, o desfiladeiro mais profundo do mundo inteiro com 6 km de profundidade.

A descoberta aconteceu em maio de 2023 perto da cidade de Nyingchi, no Tibete. A espécie exata da árvore ainda permanece desconhecida pelos pesquisadores, embora a mídia chinesa acredite que seja um cipreste-do-himalaia ou um cipreste-tibetano.

Recorde quebrado

(Fonte: Universidade de Pequim/Divulgação)

Até então, a árvore mais alta da Ásia conhecida pelos pesquisadores havia sido descoberta em maio de 2022 e tinha cerca de 82 metros de altura. Sendo assim, o cipreste encontrado no Tibete conseguiu quebrar o recorde por uma margem considerável. Com 102 metros de altura, a árvore tibetana consegue ser mais alta que monumentos como a Estátua da Liberdade, que possui 93 metros.

No entanto, o mais notável sobre esse cenário é que a árvore recém-descoberta não está sozinha em termos de altura imponente. Segundo os especialistas que trabalharam na região, existem várias outras árvores que cresceram na floresta do cânion com mais de 85 metros de altura — o que as colocaria em primeiro lugar no ranking se não fosse o exemplar extraordinário de mais de 100 metros.

Essas descobertas fazem parte de um esforço contínuo de conservação da Universidade de Pequim para conseguir catalogar as várias árvores na Região Autônoma do Tibete, particularmente na cidade de Nyingchi. Os especialistas afirmam que essa região é cada vez mais afetada pela mudança climática global e pelo desenvolvimento industrial das cidades ao seu redor.

Mapeamento da região

(Fonte: GettyImages)

Para encontrar os mais novos exemplares de árvores gigantescas, os pesquisadores utilizaram drones, lasers e equipamentos de radar capazes de mapear as árvores da área e identificar suas alturas do solo. Para confirmar que essa é, de fato, a árvore mais alta da Ásia, a equipe também criou um modelo 3D do cipreste usando um scanner a laser.

O estudo mostra que a árvore é notável também por suas raízes de sustentação, que não estão completamente enterradas no subsolo. Além disso, ela possui um complexo sistema de galhos e uma estrutura vertical que cria "microclimas e habitats" para algumas plantas e animais ameaçados de extinção.

Em comunicado oficial, a Universidade de Pequim destacou que árvores gigantes como as encontradas no Yarlung Tsangpo Grand Canyon são incrivelmente raras. Para que consigam prosperar, elas exigem condições altamente específicas de solo e clima. Por fim, elas também precisam evitar serem destruídas por uma variedade de fatores, como vento, fogo, raios ou pessoas.

A expectativa dos pesquisadores é que a existência de árvores desse tipo ajude a fornecer informações significativas sobre a saúde e a integridade do ecossistema em que cresceram. Sendo assim, sua conservação precisa ser um foco importante para estudiosos no mundo todo.