Rochas derretidas do centro da Terra estão partindo a África ao meio

12/07/2023 às 02:002 min de leitura

Uma superpluma mantélica, nome dado em geologia para colunas de material fundido do fundo da Terra, pode ajudar a esclarecer as distorções misteriosas relacionados a uma ruptura gigantesca na superfície que parece estar dividindo a África ao meio. Conclusão de um estudo publicado em março na revista Journal of Geophysical Research, a descoberta lança luzes sobre as forças tectônicas que separam continentes. 

Em todo o planeta, enormes cortes na superfície da Terra, conhecidos como fendas continentais, estão separando as massas de terra. A maior dessas rupturas atualmente ativas é o chamado Rifte da África Oriental (EAR), uma rede de vales com quase 3,5 mil quilômetros de extensão, que vai do Mar Vermelho, no nordeste da África, até Moçambique, no sul do continente.

Esse processo de rifting continental vem sendo impelido pela deformação da litosfera, a camada externa sólida da Terra. Mas, à medida que a litosfera é tensionada suas partes mais rasas podem distorcer ou se separar. É como uma Silly Putty (Amoeba no Brasil), diz a coautora do estudo, D. Sarah Stamps, geofísica da Virginia Tech em Blacksburg, nos EUA. Se você bater com um martelo, ela racha e quebra, mas se você separar, ela estica. 

O que o novo estudo descobriu sobre o Rifte da África Oriental?

Fonte: CNN.Fonte: CNN.

Há muito os pesquisadores estudam as plumas do manto terrestre. O movimento das placas tectônicas ocorrido ao longo dos séculos foi feito sobre essas correntes de material quente e parcialmente fundido. Funcionando como um maçarico, o fluxo ascendente ajudou a formar a Islândia e as cadeias de ilhas do Havaí e Galápagos.

Durante esse processo de rifting, a alteração na superfície e o fluxo de manto abaixo são normalmente perpendiculares à fenda. Análises feitas por mais de 12 anos no Rifte da África Oriental mostraram que sua extensão leste-oeste é impulsionada pela alta topografia. 

No entanto, os pesquisadores também descobriram deformações paralelas à fenda, "bastante incomuns", indo para o norte. 

Influência da Superpluma Africana na litosfera

Fonte: Tahiry et al./Divulgação.Fonte: Tahiry et al./Divulgação.

Para testar se essas deformações estranhas haviam sido causadas pelo hotspot (ponto quente) conhecido como Superpluma Africana, os cientistas utilizaram uma simulação 3D de computador. Eles também usaram o GPS para monitorar milimetricamente os movimentos da superfície do rifte, além de instrumentos sísmicos para aferir as direções nas quais a rocha do manto deslizava lentamente sobre uma imensa área. 

Os resultados indicaram "que a maior parte da enigmática anisotropia [heterogeneidade estrutural] sísmica paralela ao rifte, atualmente observada pelos geofísicos abaixo do EAR, pode ser explicada pelo grande fluxo para o norte do manto superior da Superpluma Africana", diz o estudo

Embora seja ainda um processo ainda não totalmente compreendido, a interação entre a superpluma e a litosfera abaixo do EAR está desempenhando um importante papel no alargamento da fenda.

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