Fósseis raríssimos revelam água-viva de 505 milhões de anos

04/08/2023 às 10:002 min de leitura

Fósseis raríssimos e bem conservados, localizados na região da Colúmbia Britânica, no Canadá, revelaram o que pode ser a água-viva mais antiga do mundo. De acordo com o estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, na quarta-feira (2), o material pertencia a um animal que viveu há 505 milhões de anos.

Originalmente descobertos entre as décadas de 1980 e 1990, os fósseis foram analisados recentemente por cientistas da Universidade de Toronto, também no território canadense. Os pesquisadores batizaram a espécie encontrada no sítio arqueológico Burgess Shale de Burgessomedusa phasmiformis.

Classificada como uma água-viva de nado livre, ela tinha mais de 20 cm de comprimento e contava com pelo menos 90 tentáculos curtos, parecidos com dedos, segundo a investigação. Já o corpo apresentava formato de sino, como mostra a reconstrução artística do animal feita durante a pesquisa.

Um dos fósseis analisados pelos pesquisadores. (Fonte: Museu Real de Ontário/Divulgação)Um dos fósseis analisados pelos pesquisadores. (Fonte: Museu Real de Ontário/Divulgação)

As características descritas pelos especialistas sugerem que a espécie integrava o grupo dos medusozoários, do qual fazem parte várias espécies encontradas atualmente, como as medusas e as águas-vivas verdadeiras. O agrupamento está incluído no filo Cnidaria, que também conta com anêmonas-do-mar, corais e hidras de água doce.

Predadoras e nadadoras eficientes

Segundo os pesquisadores da universidade canadense, o estudo do fóssil da água-viva de 505 milhões de anos traz novas revelações a respeito do Cambriano, ocorrido de 485 milhões a 541 milhões de anos atrás. O período foi considerado crítico para a vida no planeta, sendo marcado por fusões que propiciaram a evolução de diversas espécies.

Para o especialista em Ecologia e Biologia Evolutiva, Joe Moysiuk, coautor do artigo, a descoberta “não deixa dúvidas” de que as águas-vivas já estavam nos mares naquela época. Embora seus antepassados estivessem entre os primeiros grupos de animais a terem evoluído, até então não haviam registros disso.

A equipe também acredita que a cadeia alimentar cambriana era bem mais complexa do que se pensava. A predação provavelmente não se limitava ao Anomalocaris, uma criatura com 60 cm de comprimento, considerada um dos principais caçadores marinhos daquele período.

Com as características encontradas no material resgatado no sítio arqueológico, os cientistas não descartam que a Burgessomedusa fosse capaz de capturar presas de tamanho considerável usando seus tentáculos. Já as habilidades de natação a teriam colocado na concorrência direta com o Anomalocaris.

"Descoberta maravilhosa"

Devido à composição de seus corpos, apresentando aproximadamente 95% de água, não é fácil encontrar fósseis de água-viva bem preservados como os analisados neste estudo. No total, os pesquisadores investigaram detalhadamente mais de 180 fragmentos, que pertencem ao Museu Real de Ontário (ROM).

“Encontrar animais tão incrivelmente delicados preservados em camadas rochosas no topo dessas montanhas é uma descoberta maravilhosa”, declarou em comunicado o curador de paleontologia de invertebrados do ROM, Jean-Bernard Caron. Ele também participou da pesquisa.

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