Ciência
07/08/2023 às 12:00•2 min de leitura
Os dois shows da cantora Taylor Swift em Seattle, nos EUA, nos dias 22 e 23 de julho, provocaram uma reação inesperada: dois verdadeiros abalos sísmicos, ambos com magnitude 2,3, conforme medições feitas por uma sismóloga. De acordo com o The New York Times, o "Swift Quake" começou quando ela cantou a música Shake It Off, que, em uma possível tradução para o português, seria "sacode a poeira".
O público — de cerca de 70 mil pessoas em cada apresentação — sacudiu, e o chão também sacudiu, registrando uma aceleração máxima do solo de aproximadamente 0,011 metros por segundo ao quadrado, explicou ao The New York Times a professora de sismologia da Universidade do Oeste de Washington (WWU) Jackie Caplan-Auerbach.
Essa aceleração é usada pelos sismógrafos para medir as vibrações do solo convertidas em impressões gráficas e comparadas à chamada escala Richter, medida comum para terremotos. Embora o tremor verificado durante os shows não tenha sido percebido pelo público em geral, atraiu comparações com outro fenômeno parecido, no mesmo estádio, em 2011, que ficou conhecido
(Fonte: Seattle Seahawks)
Por coincidência, o chamado Beast Quake ocorreu no mesmo estádio — Lumen Field — que na época se chamava CenturyLink Field, quando os donos da casa, a equipe de futebol americano dos Seahawks marcou um touchdown definitivo no jogo contra o time dos New Orleans Saints.
O encontro ocorreu no dia 8 de janeiro de 2011, pelos playoffs da temporada de 2010. O "Beast Quake" aconteceu no quarto período. No lance, o running back (corredor) Marshawn Lynch, conhecido como "Beast Mode", percorreu cerca de 67 jardas, o equivalente a 61 metros até chegar à end zone e marcar o histórico touchdown da vitória dos Seahawks.
Segundo Mouse Reusch, da Rede Sísmica do Noroeste do Pacífico, a explosão dos torcedores naquele dia provou um terremoto de magnitude 2.0. Conforme o NYT, o "Swift Quake" foi registrado na mesma estação sísmica, que fica nas imediações do Lumen Field.
I guess I should show the data. Swifties > Seahawks fans.
— Jackie Caplan-Auerbach ???? ?? (@geophysichick) July 27, 2023
(except data from the concert may not be caused by the fans--it may be the sound system, so not really a fair comparison). pic.twitter.com/szwowOYQFi
A discussão sobre os dois terremotos provocados por torcedores e fãs foi detectada por Caplan-Auerbach em um grupo de terremotos no noroeste do Pacífico, que ela modera no Facebook.
Para responder aos seus seguidores e também tirar suas próprias dúvidas, a sismóloga pegou os dados das duas noites do show de Taylor Swift e logo percebeu "que eram claramente o mesmo padrão de sinais", disse ela à CNN.
Ao comparar as magnitudes do "Beast Quake" e do "Swift Quake", Caplan-Auerbach apurou uma pequena diferença 0,3. Porém, como a escala Richter é logarítmica, o tremor provocado pelos Swifties foi considerado mais do que "duas vezes mais forte" do que no jogo Seahawks em 2011, concluiu Caplan-Auerbach.
A partir de 18 de novembro o show The Eras Tour estará no Brasil. Preparem os sismógrafos!