Ciência
22/09/2023 às 12:00•2 min de leitura
Para quem se interessa por arqueologia, a Turquia foi palco de uma descoberta bastante significativa recentemente. Por lá, arqueólogos encontraram restos humanos preservados de cérebro e pele que teriam pertencido a dois indivíduos que viveram há 3700 anos, na Idade do Bronze.
(Fonte: Getty Images)
O achado foi encarado com empolgação pela equipe de pesquisadores envolvidos no projeto. O motivo? É a primeira vez que restos de pele são encontrados na Turquia. Ainda vale destacar que foram poucas vezes que restos cerebrais foram localizados.
Essa descoberta, em particular, foi realizada no monte Tavsanli. A região abriga um sítio arqueológico que fica situado entre a Anatólia Ocidental e a Central, fornecendo um caminho importante para a ampliar a compreensão sobre antigos povos que viveram por lá.
As análises identificaram ainda que os restos seriam pertencentes a um jovem com idade entre 15 e 18 anos, e um adulto, com idade estimada de 40 a 45 anos. Ambos estavam abaixo de vigas, parte de uma casa. O mais velho estava preso em um quarto, e o mais jovem, por sua vez, estaria próximo à porta.
Enquanto no esqueleto deste este havia restos de pele carbonizada, mais especificamente na região entre o tórax e o abdômen, no outro, o cérebro se manteve preservado. Então, como os dois homens morreram?
Acredita-se que eles ficaram presos em meio à fuga de um ataque ocorrido na cidade, que resultou num incêndio de grandes proporções. Inclusive, armas presentes no local remontam ao mesmo período, corroborando a hipótese. Especula-se ainda que a cidade inteira tenha sido consumida pelo fogo, embora a causa por trás desse evento desastroso seja desconhecida.
(Fonte: Getty Images)
Afinal de contas, como esses restos se mantiveram preservados por tanto tempo? Pesquisadores acreditam que a conservação dos restos mortais teria sido possível graças à carbonização dos corpos. A forma como esse processo ocorreu foi bastante específica.
Nele, o calor das chamas teria fornecido as condições necessárias para a fossilização ocorrer. Em entrevista à Agência Anadolu, o arqueólogo Erkan Fidan, que liderou a pesquisa, destacou que o corpo do mais jovem teria sido exposto a temperaturas ainda mais altas que a do homem de meia-idade, fazendo com que o esqueleto ficasse com um aspecto esbranquiçado.
As descobertas foram apresentadas na última conferência da Associação Europeia de Arqueólogos, ocorrida entre 30 de agosto e 02 de setembro na cidade de Belfast, capital da Irlanda do Norte. A expedição foi iniciada em 2021, e a ideia é manter os trabalhos em andamento ao longo de trinta anos. Assim, seria possível investigar mais de 8000 anos de história por meio da identificação de documentos e registros variados na região.