Saúde/bem-estar
05/10/2023 às 09:00•2 min de leitura
O Museu de História Natural da Universidade de Oxford, no Reino Unido, é o lar dos últimos restos de tecido mole intacto de dodô do mundo. O material é tão bem preservado que a sua análise tem revelado diversas curiosidades sobre a ave que não voava, extinta no final do século XVII.
O “Dodô de Oxford”, como os restos mortais ficaram conhecidos, inclui o crânio com pele coriácea, um anel esclerótico do olho, um osso do pé, parte do fêmur, uma pena e amostras de tecido. Em 2002, o material foi analisado por cientistas da universidade britânica.
Estudando as amostras genéticas dos tecidos mumificados, os especialistas descobriram que a espécie pertencia ao grupo dos Columbiformes, ordem da qual fazem parte pombos e outras aves. O trabalho também apontou o pombo-de-nicobar como o parente vivo mais próximo da espécie extinta.
(Fonte: Museu de História Natural da Universidade de Oxford/Divulgação)
Além do pombo nativo das Ilhas de Andaman e Nicobar, os dodôs tinham parentesco com o Solitário-de-Rodrigues. Outra ave extinta, ele vivia ao Leste de Madagascar até o século XVIII, quando o contato com humanos levou ao seu fim.
Os dodôs são retratados há séculos, seja em pinturas e ilustrações da época em que estavam vivos ou em desenhos e outras obras mais recentes. No entanto, estudos sugerem que a espécie tinha algumas diferenças em relação às suas representações artísticas.
De modo geral, eles são caracterizados como aves de bico grande, rechonchudo e rotundo, que tinham 1 m de altura e pesavam 20 kg. Para os pesquisadores, a principal diferença está no peso, já que a espécie possivelmente era muito mais magra do que a sua versão desenhada.
(Fonte: Museu de História Natural da Universidade de Oxford/Divulgação)
Relatos sobre a existência da espécie começaram a surgir em 1590, quando marinheiros holandeses se depararam com ela nas Ilhas Maurício, no Oceano Índico. Mas há indícios de que os portugueses avistaram os dodôs antes disso, chegando a confundi-los com pinguins.
Incapazes de voar, os dodôs se tornaram alvos fáceis dos caçadores que chegaram às Ilhas Maurício. Além disso, a introdução de cães, porcos, gatos e outros predadores, que tinham fácil acesso aos ninhos das aves, no chão, contribuiu para o rápido fim da espécie.
O ano de 1662 marca a última vez que um exemplar vivo foi visto. Porém, acredita-se que os animais tenham resistido mais algumas décadas, com a extinção dos dodôs acontecendo por volta de 1700.
(Fonte: Museu de História Natural da Universidade de Oxford/Divulgação)
Já o "Dodô de Oxford" provavelmente foi alvo de um dos caçadores que invadiram o seu habitat. A digitalização dos restos mortais mostrou que o animal recebeu um tiro de espingarda na nuca.