
Ciência
07/12/2023 às 04:30•2 min de leitura
A força das tempestades solares que atingem a Terra pode variar drasticamente em distâncias muito curtas, com locais a apenas algumas dezenas de quilômetros de distância sofrendo perturbações magnéticas muito diferentes, revela um novo estudo feito pelo Observatório Geofísico de Sodankyla (SGO), na Finlândia.
Segundo os pesquisadores, isso pode significar que algumas áreas são mais vulneráveis a grandes tempestades solares do que se pensava anteriormente. Atualmente, a maioria das redes de monitoramento de tempestades solares possui sensores espaçados em 400 km entre si, em média. Contudo, o estudo descobriu que a intensidade das tempestades solares varia em distâncias muito menores, de cerca de 100 km.
(Fonte: GettyImages)
Na visão da autora do estudo e diretora do SGO, Eija Tanskanen, quando uma tempestade solar ocorre, uma rede de magnetômetros muito espaçada pode levar à subestimação dos distúrbios magnéticos locais. Essas tempestades se dão quando fortes explosões de partículas carregadas vindas do Sol atingem a atmosfera da Terra.
A atmosfera protege a superfície do planeta da maioria destas partículas carregadas, embora os satélites em órbita baixa corram o risco de sofrer picos elétricos e danos. Quando as tempestades são grandes o suficiente, elas podem causar a ocorrência de auroras em latitudes mais baixa do que o normal. Nos piores casos, as tempestades solares podem perturbar redes elétricas.
Para estudar os detalhes essenciais desses impactos, os pesquisadores do SGO e da Universidade de Oulu, na Finlândia, monitoraram um caso de 1977. Naquele ano, uma forte tempestade solar atingiu o mundo e foi registrada por 32 estações no Scandinavian Magnetometer Array (SMA). Esse conjunto de sensores de campo magnético era mais denso do que as redes de monitorização que atualmente operam nos países nórdicos, mas nunca havia sido digitalizado — o que dificultou a análise de dados.
(Fonte: GettyImages)
Para o novo estudo, investigadores fotografaram e digitalizaram os registros de 1977 e descobriram que as variações de estação para estação eram extremas. Numa forte tempestade solar, como o Evento Carrington de 1859 — o qual interrompeu as comunicações telegráficas —, pode acontecer uma variação de até 150 nanotesla na perturbação magnética ao longo de 10 km.
Isso significa que uma área pode passar despercebida pelos dados, enquanto um local a uma curta distância pode experimentar centenas de vezes a força das tempestades solares. A descoberta desses números é um argumento para que os seres humanos notem a necessidade de adicionar mais sensores à rede que mede as mudanças no campo magnético da Terra.
Segundo Tanskanen, uma rede de magnetômetros mais densa nos ajudaria a compreender a estrutura complexa do campo magnético durante as tempestades solares. Com a adição de novos sistemas de monitoramento, nós poderíamos fornecer alertas locais sobre movimentos de tempestades solares e proteger melhor a infraestrutura vulnerável a perturbações magnéticas. Enquanto isso, a humanidade segue despreparada.
Transforme seus pratos e bebidas em um verdadeiro show de luzes com ingredientes simples e um pouco de ciência.
Dependendo de certas situações, o seu chocolate pode ficar um pouco esbranquiçado. Mas dá para comer mesmo assim.
Criado no século 18, o cianômetro uniu ciência e fascinação pelo céu.
Os cientistas ainda não entenderam totalmente por que alguns gatos são malhados e outros não.
A busca por alienígenas exige muita criatividade, já que a vida fora da Terra pode não se parecer em nada com a nossa.
Sob a vasta floresta da Amazônia, existe um rio subterrâneo que desafia as convenções e revela segredos das profundezas da Terra.
De acordo com a ciência, as jogadas com os dados seguem um padrão.
As montanha Candy Cane são feitas de xisto e outras rochas sedimentares que mudaram de cor com base no contato com a água de um antigo mar.
Onkalo é uma caverna subterrânea na ilha de Olkiluoto, preparada durante 15 anos para receber os resíduos nucleares das usinas da Finlândia durante 100 anos.