Artes/cultura
07/02/2024 às 08:04•2 min de leitura
Após décadas de pesquisa intensiva, a comunidade científica celebrou um feito notável no final de 2022, quando um experimento de fusão nuclear, conduzido na National Ignition Facility (NIF), confirmou ter produzido mais energia do que foi inicialmente investido. A divulgação desses resultados ocorreu após uma cuidadosa análise, revisão e documentação detalhada por parte dos pesquisadores, culminando na publicação de artigos nas revistas Physical Review Letters e Physical Review E.
National Ignition Facility. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
A National Ignition Facility (NIF) foi palco do pioneiro experimento que ultrapassou o "ponto de equilíbrio científico". Utilizando a técnica de confinamento inercial, poderosos lasers foram direcionados para uma cápsula (chamada hohlraum) contendo hidrogênio pesado. Em 5 de dezembro de 2022, o sistema liberou 3,1 megajoules de rendimento de fusão, superando os 2,05 megajoules necessários para iniciar o processo. Assim, o sistema produziu mais de 150% da energia necessária para iniciá-lo.
O reaquecimento do hohlraum, observado durante o experimento, oferece pistas intrigantes. Os cientistas identificaram um reaquecimento substancial, indicando a possibilidade de uma queima autossustentável do plasma. Esse fenômeno pode ser crucial para tornar o confinamento inercial uma realidade em usinas de energia, revolucionando a produção estável de plasma em combustão.
Em um desdobramento crucial, a implosão de fusão de acionamento indireto na NIF atingiu um ganho alvo de 1,5, demonstrando a superação do "ponto de equilíbrio científico". Esse fenômeno revela um reaquecimento além das expectativas, indicando potencialidades inexploradas da fusão nuclear controlada.
(Fonte: Getty Images/Reprodução)
O projeto do primeiro experimento de fusão para atingir um ganho de energia desejado destaca as mudanças de design implementadas. O experimento realizado em 5 de dezembro de 2022 superou as expectativas ao ultrapassar a quantidade de energia do laser necessário para acionar o alvo. O aumento na densidade de área total e o uso de uma cápsula de diamante contribuíram para esse sucesso, estabelecendo um novo recorde na produção de energia de fusão.
O estudo dos princípios energéticos por trás do "ponto de equilíbrio científico" revela a importância da redução do "tempo de inércia" e da maximização da energia interna entregue ao "ponto quente". Esses elementos fundamentais consolidam a ligação entre o tempo de inércia e a conversão eficiente de energia cinética em energia interna, proporcionando informações fundamentais para otimizar futuros experimentos de fusão.
O experimento de fusão nuclear que ultrapassou o "ponto de equilíbrio científico" representa um marco na jornada em direção a uma fonte de energia limpa e sustentável. A era da fusão nuclear, que já foi considerada um sonho distante, está agora mais próxima da realidade prática. O caminho está pavimentado com descobertas empolgantes, oferecendo uma visão promissora para um futuro mais sustentável e energeticamente eficiente.