Ciência
06/01/2025 às 06:00•3 min de leituraAtualizado em 06/01/2025 às 06:00
Nós, seres humanos, gostamos de nos imaginar como entes super inteligentes capazes de concretizar inovações incríveis. Mas a verdade é que, se formos observar a natureza, veremos que muitas de nossas invenções já estavam presentes nas plantas, animais e ecossistemas que viviam na Terra antes de nós.
A seguir, damos finalmente os créditos para os fenômenos naturais que aconteciam há milhões de anos e que nos inspiraram a criar tecnologias incríveis.
Em países tropicais como o nosso, o ar condicionado é um eletrodoméstico capaz de nos oferecer o conformo térmico que precisamos. Mas muito antes da invenção dessa tecnologia, os cupins já utilizavam um sistema parecido.
Esses pequenos insetos constroem montes que funcionam como condicionadores de ar naturais, garantindo que a temperatura interna permaneça sempre constante e confortável, independentemente de qual seja o clima fora deles. Os cupins fazem isso por conta de um sistema super sofisticado de aberturas e canais que eles montam para permitir que o ar circule e a umidade seja mantida em um nível ideal.
Estes pequenos arquitetos, inclusive, já inspiraram engenheiros que tentam projetar edifícios com eficiência energética que imita o sistema de controle climático natural de um cupinzeiro. Assim, dá para dizer que os cupins estavam pensando em energia sustentável muito antes de nós.
A agulha hipodérmica é uma importantíssima invenção da área médica. No entanto, pouca gente sabe que ela foi inspirada no equipamento que existe naturalmente no corpo dos mosquitos.
Esses bichinhos irritantes possuem uma espécie de "focinho" alongado chamado probóscide, projetado para perfurar a pele sem causar dor. O órgão faz uso de uma combinação de bordas serrilhadas, flexibilidade e tem até um anestésico embutido que faz com que ele consiga se inserir furtivamente na nossa pele e sugar sangue.
Tudo isso possibilitou que pesquisadores projetassem agulhas e até microagulhas que podem um dia revolucionar a administração de medicamentos e vacinas. Ou seja, se hoje é relativamente fácil inserir medicamentos no nosso corpo e coletar sangue, devemos isso aos mosquitos.
Podemos entender o velcro como uma espécie de "cola" usada nas roupas, incluindo também cadarços, mochilas e até trajes de astronauta. Mas até o velcro surgiu por causa de uma invenção do mundo natural: a bardana, que é aquela pequena plantinha irritante que, em alguns lugares, é chamada de pega-pega.
É realmente um saco quando essas plantinhas grudam nas meias, no pelo do cachorro e na nossa roupa quando fazemos uma caminhada no mato. Mas a tecnologia do velcro foi desenvolvida justamente depois que o engenheiro suíço George de Mestral levou seu cachorro para uma viagem de caça e passou por esse problema.
Intrigado, ele analisou a bardana em um microscópio e descobriu o segredo por trás de seu poder de aderência: a presença de pequenas estruturas semelhantes a ganchos que se prendiam às alças do tecido. Por conta disso, ele criou uma tecnologia chamada velcro, cujo nome junta “veludo” e “crochê”, e é extremamente útil na indústria da moda.
Outro animal meio detestado é a lagartixa. Se você tem fobia dela, saiba que aquele post-it que usa nos seus cadernos só existe por causa dela. Isso porque este pequeno réptil possui em seu corpo uma tecnologia adesiva moderna, que possibilita que ele escale paredes e tetos.
Esse feito é possível graças aos pelos microscópicos, chamados cerdas, que existem em seus pés. Eles criam uma área de superfície enorme que lhes permite gerar uma quantidade significativa de atrito sem o uso de colas ou fitas.
Inspirado nessa tecnologia biológica incrível, cientistas desenvolveram adesivos que imitam o sistema do pé da lagartixa e que hoje são usados em vários campos, que vão da robótica aos dispositivos médicos e até os equipamentos de escritório.