M&M's: descubra o que significam os M's da marca

18/07/2017 às 03:064 min de leitura

Coloridos, deliciosos e a paixão de muitos chocólatras, o M&Ms é um sucesso mundial e está há muito tempo no mercado. A guloseima é produzida pela Mars, Inc., conhecida mais como apenas Mars, que já tem uma longa história de mais de um século.

A popularidade desse chocolate é enorme. Afinal, seu sabor é incrível e suas variações de amendoim, minis e tantas outras que existem pelo mundo (como a de menta, chocolate amargo, manteiga de amendoim, amêndoa, entre outros) são igualmente incríveis. No entanto, você já parou para pensar em qual o significado dos “Ms” do nome desses chocolates?

Como a empresa se chama Mars, você provavelmente deduz que um dos “Ms” seja referente a esse nome. E isso é verdade. Mas, o que o outro M representa? Bem, você vai saber de tudo logo abaixo. E quem foi Mars nessa história toda? Forrest Mars, filho de Frank Mars, o fundador da empresa.

História de família

undefinedForrest Mars

Permanentemente de cadeira de rodas devido à poliomielite na infância, Frank Mars se casou com Ethel Kissack em 1902, em Minnesota, durante a definição de seu primeiro negócio de doces no atacado, e tiveram um filho, Forrest Mars, que nasceu em 1904.

Apesar da empreitada de Frank no negócio de doces, que não era tão comum na época, a situação financeira do casal não era boa e, quando se viu sem dinheiro em 1910, Ethel quis o divórcio e os dois seguiram caminhos separados, fazendo com que Frank fosse afastado de seu filho.

Ele então se casou pela segunda vez em 1911 com uma mulher também chamada Ethel, e mudou-se para Tacoma, onde começaram um novo negócio: a produção de nougat (um doce a base de açúcar, mel e claras de ovos) em uma empresa que eles batizaram de The Mars Candy Factory.

No entanto, ele também não conseguiu sucesso por lá e deixou essa cidade em 1920, retornando para Minnesota, onde deu seguimento a sua produção de doces com a empresa passando a se chamar Mar-O-Bar Company — que também é o nome de um dos chocolates criados por ele.

Durante esse tempo, o filho Forrest voltou para sua vida e passou a trabalhar com ele. Os dois então retomaram o nome Mars para empresa, adicionando o Incorporated (Inc.). Em 1923, eles lançaram o Milky Way, que foi um enorme sucesso em seu primeiro ano, arrecadando mais de 800 mil dólares de vendas.

À essa altura, eles já eram o segundo maior fabricante de doces nos Estados Unidos, depois da Hershey. Após o lançamento da barra Snickers em 1930 e do 3 Musketeers em 1932, a empresa precisava tanto de mais chocolate para a produção que acabou comprando a matéria-prima da Hershey (ainda chamada na época de The Hershey Company antes de Hershey’s como conhecemos agora), parceria que durou até 1965.

Até então, Frank estava bastante satisfeito com o sucesso de sua empresa. Mas Forrest não. Ele queria expandir os negócios para outros países e estava agitado para conseguir novos lançamentos, o que o levaria, é claro, a um império milionário. Porém, ele sabia que se dependesse sempre da compra do chocolate de outra empresa, seria impossível alcançar o seu objetivo.

No entanto, ainda em 1932, essa ambição levou Forrest a ter grandes discussões com o pai, Frank, que acabou cedendo a pressão do filho e lhe dando os direitos internacionais para a fabricação do Milky Way e mais 50 mil dólares.

Com isso, Forrest foi para a Europa com sua esposa e filhos, para nunca mais ver seu pai novamente. Frank Mars morreu de insuficiência renal 15 meses depois.

O empreendimento na Europa

Quando chegou a Europa, Forrest não conseguiu de imediato ir para o negócio de chocolates. Então, ele viu que a vida não era tão doce quanto ele imaginava. Enquanto isso, ele começou um negócio que não tinha nada a ver com o seu ramo, vendendo sapateiras. Mas depois de apenas alguns meses, ele finalmente estava de volta aos doces.

Ele afirmou, durante este tempo, ter “estudado”, sob a tutela do mestre Jean Tobler, inventor do Toblerone e de Henri Nestlé, que dispensa apresentações. Mas, na realidade, ele foi contratado como um operário de fábrica em ambas as empresas e, basicamente, deu aquela sondada nos segredos de seus chefes.

Em 1933, Forrest se mudou para Inglaterra e começou a fazer uma versão do Milky Way mais adequada ao gosto britânico. Ele investiu tudo em seu empreendimento, deixando filho e esposa sem condições de suportar a situação. Por isso, a sua família retornou aos Estados Unidos, mas ele ficou.

Forrest fabricava os seus produtos com chocolate fornecido pela Cadbury e, finalmente, sua empresa começou a crescer. Em 1939, a Mars era a terceira maior fabricante de doces da Grã-Bretanha.

O retorno aos Estados Unidos

No entanto, quando a Segunda Guerra Mundial teve início, o governo britânico começou a cobrar impostos sobre os proprietários de empresas estrangeiras. Com isso, Forrest optou por deixar o país em vez de pagar os impostos muito altos, deixando Colin Pratt, seu empresário britânico sênior, como responsável pelos negócios.

Mas, ele não voltou para os Estados Unidos de mãos vazias. Mars sabia que o chocolate não vendia muito bem nos meses de verão, pois derretia com o calor. Ele então teve uma ideia: um chocolate que não derretia em suas mãos. Ele queria fazer esse em território americano.

Agora, este é o lugar onde a história fica misteriosa. Já havia um doce feito na Grã-Bretanha, que era muito parecido com o que se tornou M&Ms. Eles eram produzidos pela Rowntree e eram chamados de Smarties. É isso mesmo, estes eram pequenos pedaços redondos de chocolate revestidos em conchas coloridas de açúcar.

Será que Forrest sabia sobre o produto da Rowntree? Claro! Na verdade, alguns afirmam que ele e George Harris, chefe de Rowntree, eram bons amigos. Além disso, dizem que Forrest já tinha viajado para Toronto, onde Rowntree estava planejando sua nova fábrica no Canadá, para dar conselhos de gestão e discutir parcerias de alguns doces.

No fim, as parcerias acabaram não acontecendo, mas independentemente disso, muitos sustentam que a inspiração do M&Ms foi de fato o Smarties. Há fontes que dizem que Mars teve a ideia ainda na década de 1930, observando soldados da Guerra Civil Espanhola, que comiam pequenos pedaços de chocolate envolvidos em açúcar para não derreter nos dedos.

Quando a Hershey entrou (de novo) na história

undefinedReservatórios de uma das lojas da M&Ms espalhadas pelo mundo

Ainda com a sua ideia do chocolate que “derrete na boca e não em suas mãos”, Forrest voltou atrás e pediu a ajuda da Hershey. Ele foi até o escritório de William Murrie, que havia assumido as operações da empresa depois de Milton Hershey, e contou os seus planos para ele.

Algumas fontes afirmam que ele levou para Murrie uma amostra do Smarties, mas a Mars sempre negou qualquer relação com isso. William Murrie concordou, mas passou a responsabilidade da parceria para o seu filho Bruce Murrie. E, assim, veio a origem do nome M&Ms. O primeiro “M” representa Mars e o segundo “M” significa Murrie.

Assim, a nova empresa começou a funcionar em 1940 com esse nome. A Hershey contribuiu com o chocolate, 20% do capital, e fabricação de equipamentos, bem como engenheiros para deixar a fábrica pronta.

Depois que a fábrica começou a operar, Forrest não prestou atenção a Murrie, ignorando todas as suas ideias, até que, em 1949, a Mars comprou a parte do sócio por um milhão de dólares. Àquela altura, os M&Ms já eram um enorme sucesso, com 3 milhões de dólares de vendas anuais. E o resto da história você já conhece: uma variedade desse chocolatinho colorido e delicioso que é vendido no mundo inteiro.

*Publicado em 31/07/2014

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