Ciência
21/08/2024 às 08:00•2 min de leituraAtualizado em 21/08/2024 às 08:00
Astrônomos estão mais próximos de encontrar vida fora da Terra com um novo mapa 3D de estrelas, criado pelo telescópio de raios X Chandra, da NASA. O mapa destaca estrelas próximas ao Sol e pode ser crucial na busca por planetas com potencial para abrigar vida. O objetivo é identificar exoplanetas que orbitam essas estrelas em "zonas Cachinhos Dourados", onde a temperatura permite a existência de água líquida na superfície.
A ferramenta pode ajudar a direcionar futuras missões de telescópios, como o Habitable Worlds Observatory (Observatório de Mundos Habitáveis, em tradução livre), para examinar esses planetas e, quem sabe, encontrar sinais de vida alienígena.
O Chandra, em órbita há 25 anos, é crucial na missão de encontrar planetas habitáveis, pois detecta raios X, uma radiação de alta energia emitida por estrelas. Isso é importante porque raios X podem prejudicar a vida, destruindo atmosferas planetárias e moléculas essenciais. Se uma estrela emite muitos desses raios, os planetas ao seu redor podem não ser bons candidatos para a vida.
Em estudo recente, uma equipe de astrônomos, liderada por Breanna Binder, da California State Polytechnic University, utilizou o Chandra para mapear 57 estrelas próximas ao nosso sistema solar. Essas estrelas foram organizadas em anéis concêntricos ao redor do Sol, a distâncias que variam entre 16,3 e 49 anos-luz.
A ideia é que, por estarem relativamente próximas, telescópios futuros possam captar espectros de planetas nas zonas habitáveis dessas estrelas. Esses espectros, obtidos quando a luz das estrelas atravessa as atmosferas planetárias, podem revelar características como continentes, oceanos e até mesmo composições químicas que indiquem a presença de vida.
O mapa tridimensional das estrelas funciona como um filtro inicial. Com tantos sistemas possíveis, quais merecem a atenção dos telescópios mais poderosos? A resposta pode estar nos dados de raios X: planetas sob bombardeio constante de raios X são descartados, permitindo que os cientistas foquem em sistemas estelares com condições mais favoráveis, semelhantes às da Terra.
Um detalhe interessante é que nem todos os planetas são fáceis de detectar. Muitas vezes, o método mais comum de detecção, conhecido como trânsito, pode não funcionar, pois depende de o planeta passar diretamente entre sua estrela e a Terra, bloqueando parte da luz estelar.
Isso faz com que planetas menores ou mais distantes das suas estrelas, especialmente aqueles com massas e tamanhos próximos aos da Terra, possam escapar à detecção. Por isso, o mapa do Chandra é tão valioso: ele ajuda a identificar quais estrelas valem o esforço de uma observação mais detalhada.
Os próximos passos na busca por vida extraterrestre incluem o uso de telescópios extremamente potentes, como o Habitable Worlds Observatory, que poderá captar imagens diretas de exoplanetas em zonas habitáveis. Embora apareçam como pontos de luz, os espectros dessas imagens revelarão muito sobre as superfícies e atmosferas desses mundos distantes.
Com o tempo de observação em telescópios cada vez mais disputado, é crucial que os cientistas saibam onde focar seus esforços. O mapa 3D das estrelas pode acelerar a descoberta do primeiro planeta semelhante à Terra. Em breve, talvez estejamos observando de perto um mundo onde a vida floresceu longe daqui.