Escala Richter: como medimos terremotos e por que isso não é mais usado?

26/09/2024 às 12:002 min de leituraAtualizado em 26/09/2024 às 12:00

Se você já ouviu falar em terremotos, conhece provavelmente a famosa Escala Richter. Ela é amplamente mencionada nas notícias sempre que ocorre um tremor. No entanto, apesar de ser a escala mais famosa para medir terremotos, a Escala Richter tem suas limitações e, na verdade, já foi substituída por métodos mais modernos. Mas afinal, o que é a Escala Richter e por que ela é considerada "estranha" quando se trata de medir terremotos?

Problemas de medição

A proximidade dos (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
A Escala Richter não funciona bem para eventos de grande magnitude. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)

Criada em 1935 pelo sismólogo americano Charles F. Richter, a Escala Richter foi desenvolvida para medir a magnitude de terremotos que ocorriam na Califórnia, região propensa a esse tipo de fenômeno. A ideia era fornecer uma forma de comparar o tamanho dos terremotos usando os sismógrafos disponíveis na época. 

A escala é logarítmica, o que significa que cada ponto na escala representa um aumento de dez vezes na amplitude das ondas sísmicas. Por exemplo, um terremoto de magnitude 4 é dez vezes mais intenso que um de magnitude 3. Além disso, a energia liberada aumenta em cerca de 31 vezes a cada ponto na escala. 

Embora esse sistema tenha funcionado bem para terremotos moderados, com magnitudes entre 3 e 7, logo se percebeu que a Escala Richter tinha seus limites. Ela foi projetada para medir terremotos em uma área específica, como o sul da Califórnia, e dependia de sismógrafos relativamente próximos ao epicentro do tremor. Isso significa que terremotos em outras partes do mundo ou muito distantes dos sismógrafos não eram medidos com precisão

Além disso, quando os tremores eram muito fortes, acima de magnitude 6,5, os valores começavam a "saturar", ou seja, a escala não conseguia diferenciar corretamente a energia liberada por terremotos mais poderosos.

Mudando de escala

Medições são importantes para entender os fenômenos e melhor se preparar para os próximos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
Medições são importantes para entender os fenômenos e melhor se preparar para os próximos. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)

Uma coisa curiosa sobre a Escala Richter é que ela foi desenvolvida com base nas ondas sísmicas de um tipo específico de terremoto. Quando terremotos mais intensos ocorrem, como o devastador tremor de magnitude 9 que atingiu o Japão em 2011, a escala simplesmente não é eficaz. Isso porque ela não consegue medir todas as ondas sísmicas envolvidas em eventos dessa magnitude, o que torna sua aplicação limitada.

Para contornar esses problemas, novas escalas foram criadas, como a Escala de Magnitude de Momento (MMS, na sigla em inglês), que se tornou o padrão atual para medir terremotos. Essa escala é mais precisa porque leva em consideração a área da falha tectônica que se rompeu e a quantidade de energia liberada. Assim, ela consegue medir com precisão tanto terremotos pequenos quanto os mais devastadores, sem sofrer com o problema de saturação que afeta a Escala Richter.

Mesmo com sua substituição, o termo "Escala Richter" ainda é amplamente utilizado pela mídia e pelo público em geral. Isso se deve à sua popularidade e ao fato de que, em terremotos de magnitude moderada, os números da Escala de Magnitude de Momento e da antiga Escala Richter são muito próximos. Por isso, muitos repórteres e pessoas ainda usam o termo de forma equivocada.

Embora famosa, a Escala Richter é apenas uma parte da medição de terremotos. Com cerca de 100 anos de dados, a ciência dos terremotos ainda está evoluindo. Sismógrafos mais sensíveis e técnicas avançadas devem melhorar nossa compreensão e medição dos tremores, o que é crucial para prever e reduzir seus danos.

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