Saúde/bem-estar
14/05/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 14/05/2024 às 09:00
Você sabe quantos elementos existem na tabela periódica? São 118 elementos ao todo, sendo 92 naturais e 26 artificiais. O sétimo período da tabela foi finalmente preenchido em 2010, quando os elementos nihonio, moscovio, tennessino e oganesson foram adicionados — deixando tudo bem organizado. Portanto, pode-se dizer que a tabela periódica está completa? Não exatamente.
Também podemos nos perguntar: existe algum máximo futuro onde seja impossível criar outros elementos? A resposta provavelmente também é negativa, o que deixa tudo ainda mais complicado. Portanto, precisamos reunir algumas informações químicas para entender a complexidade exagerada dos elementos que já encontramos até agora e o que ainda pode vir pela frente.
Os elementos químicos são definidos pelo número de prótons em seu núcleo. Portanto, um elemento com seis prótons é o carbono, um com 26 prótons é o ferro e por aí vai. O número atômico de um elemento, portanto, é igual à sua contagem de prótons. A tabela periódica foi inicialmente construída a partir de elementos naturais com base em semelhanças químicas e foi preenchida até o urânio.
Como os pesquisadores perceberam que elementos com mais de 92 prótons não foram encontrados na natureza, eles passaram então a tentar produzi-los em laboratório. Assim surgiram os primeiros 26 elementos sintéticos — embora nenhum deles possua uma fórmula estável.
A razão pela qual eles não existem na natureza é porque simplesmente nunca foram produzidos na Terra. Cientistas acreditam que muitos deles já foram produzidos em supernovas e quilonovas, mas todos são suficientemente radioativos para terem decaído há muito tempo e virado outros elementos. Além disso, a produção de eventos mais recente tem sido bastante limitada para que quantias detectáveis sejam encontradas no Sistema Solar.
A grande maioria desses elementos chamados "transurânicos" foram facilmente encontrados após bombardear o urânio com núcleos leves. Inclusive, alguns foram produzidos como consequência de testes de armas nucleares. Porém, quanto mais avançamos pelo sétimo período da tabela, mais difícil se torna a produção de novos elementos e mais curtas se revelam as suas meias-vidas.
Se está cada vez mais difícil produzir novos elementos, isso significa que os resultados devem parar por aqui? Provavelmente não. De acordo com os cientistas, não há nenhuma razão teórica para que elementos mais pesados não sejam possíveis no futuro. No entanto, dada a dificuldade de criar esses elementos, podemos esperar que seja ainda mais difícil fabricá-los e observá-los antes da decomposição.
Não existe um limite inquebrável, como acontece com a velocidade da luz, mas pode-se esperar que a dificuldade siga aumentando. Alguns pesquisadores propõem que exista uma chamada "ilha de estabilidade" até o número 164, que são elementos potencialmente forjados por uma quilonova.
Pequenas quantidades deles poderiam ter chegado ao nosso Sistema Solar, mas teriam afundado até o centro dos planetas — onde representam uma parte muito pequena do núcleo. Porém, é possível que esses mesmos elementos aumentem a densidade média de asteroides ao nosso redor a ponto de notarmos algo estranho.
Caso isso seja comprovado, e se pudéssemos devolver uma amostra de tais elementos à Terra, nós teríamos uma base para a produção de elementos com números atômicos próximos a 170, algo ainda maior do que a "ilha da estabilidade".