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29/08/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 29/08/2024 às 14:00
A Via Láctea, nossa galáxia, é um vasto oceano de estrelas, planetas, poeira cósmica e mistérios ainda não desvendados. Recentemente, a Agência Espacial Europeia, com o observatório Gaia, deu um grande passo na compreensão da Via Láctea, criando o mapa mais detalhado da galáxia, com a posição e o movimento de quase 2 bilhões de estrelas. Mas esse impressionante feito é apenas o começo.
Agora, cientistas planejam criar um novo mapa ainda mais detalhado, que poderá revelar a posição e as características de cerca de 20 bilhões de estrelas, um avanço que promete mudar para sempre nossa compreensão da galáxia que chamamos de lar.
O trabalho do Gaia já é revolucionário. Graças a ele, sabemos, por exemplo, que a Via Láctea absorveu diversas galáxias menores ao longo de bilhões de anos. Esse tipo de informação é crucial para entender a história e a evolução da nossa galáxia. No entanto, como tudo na ciência, o tempo impõe desafios.
Com o passar das décadas, o mapa atual, apesar de impressionante, se tornará impreciso para o tipo de estudos avançados que os astrônomos pretendem realizar. É aí que entra o GaiaNIR, uma nova missão proposta que visa superar as limitações do Gaia e nos fornecer uma visão ainda mais clara do que está além do que nossos olhos podem ver.
O GaiaNIR, onde "NIR" significa infravermelho próximo, terá a capacidade de enxergar através da poeira cósmica que obscurece a visão de grande parte da Via Láctea. Enquanto o Gaia tem feito um trabalho extraordinário observando a galáxia, ele tem dificuldades para olhar para dentro dela, onde a poeira se acumula e esconde regiões ricas em formação estelar e atividades dinâmicas intensas.
O infravermelho próximo permitirá ao GaiaNIR "colocar óculos" e ver o que o Gaia não consegue. Isso não apenas melhorará a qualidade dos dados, mas também aumentará drasticamente o número de estrelas mapeadas, potencialmente chegando a 20 bilhões de estrelas.
Além da quantidade de dados, a qualidade desses dados também estão em jogo. A precisão dos dados coletados pelo GaiaNIR deve aumentar em até 15 vezes, um nível de exatidão que há muito tempo é o sonho dos astrofísicos. Essa precisão é essencial para estudar os movimentos e as mudanças nos corpos celestes ao longo do tempo.
Se não continuarmos a medir essas estrelas e outros objetos no espaço, corremos o risco de, em algumas décadas, não sabermos mais onde eles estão exatamente. Os movimentos podem ser imprevisíveis, e sem medições contínuas, as posições dessas estrelas não serão mais confiáveis.
A proposta do GaiaNIR é, sem dúvida, ambiciosa. Além de superar o trabalho de seu antecessor, a nova missão planeja incorporar instrumentos adicionais, como um espectrógrafo, que permitirá aos cientistas obter ainda mais informações sobre as estrelas e outros objetos celestes.
Se tudo der certo, a missão GaiaNIR deverá ser lançada na década de 2040, construindo sobre o legado já impressionante do Gaia. Esse novo mapa da Via Láctea não será apenas uma atualização; será um salto gigantesco no nosso conhecimento sobre o universo.