Forte terremoto no Chile balança prédios em SP, relatam moradores

19/07/2024 às 15:022 min de leituraAtualizado em 19/07/2024 às 15:02

Moradores dos bairros de Perdizes, Pinheiros, Vila Madalena, Santana e Tatuapé, na cidade de São Paulo, foram às redes sociais na noite de quinta-feira (18), para relatar os efeitos de um tremor de terra, que fez alguns prédios balançarem.

Em declaração à CNN, a Defesa Civil da capital paulista informou que o fenômeno ocorreu em várias regiões e teve intensidade leve, de baixo risco. Segundo o Centro de Sismologia da USP, o tremor tem relação direta com um terremoto ocorrido no Chile, por volta das 22h50 (horário de Brasília).

Nas redes sociais, foram divulgadas imagens de pessoas deixando os prédios, e indo para as ruas. A orientação foi feita pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo que, após registrar inúmeras ocorrências, resolver adotar protocolos de segurança, para minimizar os riscos e proteger as pessoas.

Como foi o terremoto do Chile?

Com magnitude 7,4 na escala Richter, o sismo afetou o norte do Chile na noite de quinta-feira, porém sem desencadear um alerta de tsunami, afirmou o Serviço Geológico dos EUA (USGS). Segundo a agência americana, o epicentro situou-se a 265 km a leste da cidade portuária de Antofagasta e a cerca de 20 km da cidade turística de San Pedro de Atacama. 

Já o hipocentro, ponto no interior da crosta terrestre onde ocorreu a ruptura inicial das rochas, foi registado a uma profundidade de 126 km, conforme o USGS. O local fica a cerca de 80 km da fronteira com a Argentina e a menos de 32 km da fronteira com a Bolívia.

No X, o presidente do Chile, Gabriel Boric, informou que o Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres (Senapred) calculou o terremoto como de média intensidade. Posteriormente, o chefe do executivo chileno afirmou ter entrado em contato com a governadora da região, e que "não há informações de danos ou de pessoas feridas".

Em declaração ao G1, o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG/USP), explicou que "a cidade de São Paulo está localizada sobre uma bacia sedimentar que possui a característica de amplificar ondas sísmicas".

Por isso, é comum que tremores ocorridos nos Andes sejam sentidos em São Paulo, principalmente por moradores de bairros mais altos ou em prédios. Trata-se, segundo a instituição acadêmica e de pesquisa, de um fenômeno que já ocorreu outras vezes no passado. 

Embora não esteja posicionado nas bordas das placas tectônicas, o Brasil também está sujeito a abalos sísmicos periódicos, porém bem diferentes daqueles ocorridos em países de limite de placa, como Japão, EUA e o próprio Chile. 

"Apesar da sensação estranha sentida pelas pessoas, as chances de danos estruturais causados por um tremor tão distante são bastante pequenas", concluíram os especialistas do IAG/USP.

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