Artes/cultura
07/06/2024 às 09:00•2 min de leituraAtualizado em 07/06/2024 às 09:00
Arqueólogos encontraram diversos artefatos em túmulos milenares localizados na cidade de Turquistão, que fica na região sul do Cazaquistão, provavelmente associados ao antigo reino de Kangju. Entre os itens descobertos, há joias de ouro e outros objetos de 2 mil anos.
Conforme revelou o governo do país asiático, as relíquias estavam em um conjunto composto por três túmulos, dos quais dois já haviam sido saqueados. No entanto, a terceira sepultura guardava uma coleção de itens de grande valor financeiro e histórico, produzidos entre os séculos I a.C. e I d.C.
Um dos destaques é um grande espelho de bronze com desenho em arco de oito lados, no verso, e um furo no centro. Essas características sugerem que ele possivelmente tenha sido fabricado na China, durante a dinastia Han, que durou de 206 a.C. a 220 d.C., de acordo com o relatório dos especialistas, divulgado no final de maio.
A presença dele em meio aos artefatos, naquela região, pode ser um indício da existência de ligações comerciais e relações diplomáticas entre Kangju e outros impérios do mundo antigo, segundo os autores da descoberta. Vale destacar que algumas cidades do estado faziam parte da Rota da Seda, ligando a Europa ao Oriente.
Além do espelho de bronze, que na época era utilizado apenas por mulheres ricas e influentes, a expedição aos túmulos nas proximidades de Turquistão descobriu mais itens altamente valorizados, como um broche de estilo romano, um sapato e uma fivela de cinto. Entre as relíquias achadas, também havia dois brincos de ouro.
Estima-se que esses brincos extremamente ornamentados sejam do século I a.C. Em formato de meia-lua, eles foram produzidos a partir de uma liga de ouro policromático e enfeitados com rubis e turquesa, além de apresentarem decorações na parte inferior desenvolvidas para refletir a luz solar.
Havia mais itens nas sepulturas, como um jarro de cerâmica e uma ponta de flecha que era utilizada para caçar pássaros, segundo os arqueólogos. Agora, todos os objetos deverão ser expostos no Museu Nacional da República do Cazaquistão, na cidade de Astana.
Antigo reino da Ásia Central, o estado de Kangju era formado por diferentes povos, de acordo com o arqueólogo da Universidade Ozbekali Zhanibekov, Aleksandr Podushkin. A federação pouco conhecida, que também incluía os nômades de Sármatas, Saki e Xiongnu, durou até por volta do século IV.
China Antiga, Roma Antiga e o Império Kushan eram alguns dos prováveis parceiros comerciais do reino no estado da Transoxiana, região que ocupava áreas dos atuais Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Quirguistão.