Artes/cultura
03/09/2024 às 03:00•2 min de leituraAtualizado em 03/09/2024 às 03:00
O Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito anunciou recentemente a descoberta do primeiro e maior observatório astronômico do século 6 a.C., em uma escavação próxima à cidade de Tell el-Faraeen. A instalação, um edifício de tijolos de barro de 850 metros quadrados, estava dentro de um complexo maior conhecido atualmente como Templo de Buto (nome grego do antigo deus egípcio Wadjet).
O observatório abrigava diversos instrumentos que, apesar de relativamente básicos em sua concepção, possibilitavam a análise detalhada e o cálculo de datas do calendário solar associadas a cerimônias sagradas do Egito, ascensões ao trono e ciclos de cultivo. Segundo os pesquisadores, ele teria sido usado para "observar e registrar observações astronômicas e o movimento do sol e das estrelas".
Segundo o Space.com, é notável que a instalação tenha sido construída e operada durante um período particularmente instável da história egípcia antiga, durante a transição para o ocaso do poder faraônico, quando inúmeros governantes estrangeiros assumiram o trono.
Erguido na parte sudeste do templo, o complexo astronômico tinha sua entrada voltada para o leste, evidenciando a importância do Sol não só para marcar as estações do ano, mas também para determinar os ciclos agrícolas. Não se pode também descartar a possível importância religiosa do astro, cujo culto foi mantido mesmo pelos governantes persas da época.
Uma das instalações mais impressionantes do observatório é um “relógio de sol de pedra inclinado”, capaz de marcar o tempo pelos movimentos do Sol.
Sobre uma laje de calcário de quase cinco metros de comprimento, a equipe encontrou mais elementos relacionados com o Sol: cinco blocos planos, dois horizontais e três verticais, usados para "fazer medições da localização do sol", diz o comunicado.
Conforme o comunicado, outras salas do observatório eram possivelmente usadas por astrônomos e sacerdotes egípcios para armazenar ferramentas adicionais, enquanto uma estrutura em pedra seria uma pequena torre de observatório.
Além desses equipamentos, o salão principal era enfeitado com imagens de divindades ligadas ao céu, como Hórus, ídolos de bronze de Osíris, uma representação também de bronze da touca listrada usada pelos faraós (Nemes) e um busto de terracota do deus anão Bes, entre outros.
Entre os artefatos de menor destaque no templo, havia um colar de contas ritualístico conhecido como Menat, tábuas com oferendas, tampas de ânforas e cerâmica que podem ter sido usadas em rituais do templo como para necessidades do dia a dia. Embora as descobertas tenham sido reveladas somente agora, as escavações ministeriais na área interno do complexo Buto datam de 2018.