"Portões do Inferno": os misteriosos buracos ardentes espalhados pela Terra

25/08/2024 às 12:002 min de leituraAtualizado em 25/08/2024 às 12:00

O planeta Terra, em toda sua diversidade geológica, guarda mistérios que fascinam e amedrontam ao mesmo tempo. Não é à toa que, ao longo da história, muitos lugares foram associados ao submundo e ganharam o nome de "portões do inferno". De desertos áridos a vulcões ativos, esses locais evocam a sensação de estarmos diante de algo maior e, talvez, perigoso. 

Cada um desses "portões" carrega uma história, moldada pela geologia, cultura e mitologia locais, oferecendo vislumbres tanto do mundo físico quanto das crenças humanas.

Portões criados pelos humanos

A Cratera Darvaza se abre no meio do deserto de forma aterrorizante. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
A Cratera Darvaza se abre no meio do deserto de forma aterrorizante. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)

Alguns lugares que receberam a fama de "portão do inferno" não são obras puramente naturais, já que são resultado da nossa interação com o ambiente tanto de forma direta quanto indireta. 

A Cratera Darvaza, no Turcomenistão, é talvez um dos mais famosos "portões" e é um bom exemplo da atuação direta do ser humano com a natureza. Formada acidentalmente na década de 1970 durante uma perfuração soviética em busca de petróleo, a cratera continua queimando metano até hoje, criando uma visão infernal no meio do deserto de Karakum. 

Já na Sibéria, encontramos outro exemplo intrigante: a Cratera Batagaika. Esse enorme deslizamento de terra, conhecido como "Portal para o Submundo", é resultado do degelo do permafrost, causado pelo desmatamento e agravado pelas mudanças climáticas. Nesse caso, temos a influência indireta dos humanos na criação desse lugar assustador. 

Para os povos indígenas locais, os Yakut (também chamados iacutos), o som dos estrondos que ecoa do abismo reforça a ideia de que estamos diante de algo sobrenatural. Embora seja um fenômeno natural, a cratera serve como um lembrete sombrio das consequências da intervenção humana no meio ambiente.

Misticismo sobre a natureza

A Caldeira de Masaya é um lugar nada convidativo. É fácil entender todo a áurea sobrenatural que recai sobre o lugar. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)
A Caldeira de Masaya é um lugar nada convidativo. É fácil entender todo a áurea sobrenatural que recai sobre o lugar. (Fonte: Getty Images/ Reprodução)

Se por um lado a humanidade tem sua responsabilidade na formação desses fenômenos, por outro lado, a própria natureza foi e é capaz de criar seus tenebrosos "portões".  Com isso, muitos mitos e lendas foram criados ao longo da nossa evolução para explicar essas manifestações e seus possíveis perigos. 

Um exemplo disso é a Caldeira de Masaya, na Nicarágua, que é um dos vulcões mais ativos da América Central. Os povos indígenas consideravam o vulcão uma divindade, e os colonizadores espanhóis o apelidaram de "Boca do Inferno". 

A visão do lago de lava borbulhante impressiona e aterroriza, e o vulcão continua a ser um lembrete do poder indomável da natureza. A atividade constante de Masaya, que já levou ao fechamento temporário do parque ao redor do vulcão, reforça a aura mítica do lugar.

Já o Monte Hekla, na Islândia, era visto por monges cristãos na Idade Média como uma prisão para almas condenadas devido à sua intensa atividade vulcânica. Desde então, o vulcão já entrou em erupção mais de 20 vezes, reforçando as lendas ao seu redor. Para os islandeses, Hekla é tanto uma força destrutiva quanto uma parte essencial de sua identidade cultural.

Como se pode perceber, esses "portões do inferno" estão espalhados por todo o globo e vão além de curiosidades geológicas, sendo testemunhos das narrativas humanas sobre os mistérios e perigos do planeta. Com erupções vulcânicas, crateras ardentes e desfiladeiros imponentes, esses locais continuam a inspirar imaginação e curiosidade.

NOSSOS SITES

  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • TecMundo
  • Logo Mega Curioso
  • Logo Baixaki
  • Logo Click Jogos
  • Logo TecMundo

Pesquisas anteriores: