Segredo desvendado: o coração de ferro que bate dentro da Lua

03/09/2024 às 09:002 min de leituraAtualizado em 03/09/2024 às 09:00

Cientistas finalmente revelaram um dos grandes mistérios da astronomia: o que há, de fato, no interior da Lua. Uma pesquisa recente, liderada pelo astrônomo Arthur Briaud e publicada em maio de 2023, revelou que o núcleo interno da Lua é sólido e possui uma densidade semelhante à do ferro. Essa descoberta encerra um longo debate sobre a natureza do coração lunar, que há anos dividia a comunidade científica entre a possibilidade de um núcleo sólido ou fundido.

O estudo de Briaud e sua equipe, baseado em dados de missões espaciais e experimentos de alcance a laser lunar, revelou que o núcleo lunar é muito similar ao da Terra, com uma camada externa fluida e um núcleo interno sólido.

Por dentro da Lua

Próximas missões na Lua trarão mais informações sobre a constituição do satélite. (Fonte: Nasa/ Divulgação)
Próximas missões na Lua trarão mais informações sobre a constituição do satélite. (Fonte: Nasa/ Divulgação)

Mais especificamente, o núcleo externo da Lua tem um raio de aproximadamente 362 quilômetros, enquanto o núcleo interno mede algo perto de 258 quilômetros, constituindo cerca de 15% do raio total da Lua. Essa estrutura confirma teorias anteriores, sugerindo que a Lua e a Terra compartilham processos geológicos semelhantes, o que traz implicações fascinantes sobre a história e a evolução desses corpos celestes.

Além disso, o estudo propõe que a Lua passou por uma "reviravolta" em seu manto, uma atividade onde materiais mais densos se movem em direção ao centro enquanto os menos densos sobem para a superfície. Esse movimento interno pode explicar a presença de certos elementos nas regiões vulcânicas da Lua e sugere que o interior lunar é mais dinâmico do que se imaginava.

Outro ponto interessante que a descoberta mostra é o impacto do núcleo sólido na história magnética da Lua. Sabemos que, nos primeiros bilhões de anos do Sistema Solar, a Lua possuía um campo magnético poderoso, semelhante ao da Terra, que começou a enfraquecer há cerca de 3,2 bilhões de anos

Os campos magnéticos são geralmente gerados pelo movimento e convecção dentro do núcleo de um planeta ou lua, e a presença de um núcleo sólido, combinado com uma camada fluida, teria sido crucial para a geração desse campo. No entanto, à medida que o núcleo esfriou, o campo magnético enfraqueceu e eventualmente desapareceu.

Próximas missões

Nave Orion observa a Lua e a Terra durante a missão Artemis I. (Fonte: Nasa/ Divulgação)
Nave Orion observa a Lua e a Terra durante a missão Artemis I. (Fonte: Nasa/ Divulgação)

Essa descoberta é particularmente relevante no contexto das futuras missões à Lua. Com a humanidade planejando um retorno ao nosso satélite, como parte do programa Artemis da NASA, entender melhor a estrutura interna da Lua pode ser essencial para o sucesso dessas missões. 

A confirmação de um núcleo sólido não só melhora nossa compreensão da geologia lunar, mas também pode guiar futuras explorações, ajudando a identificar áreas de interesse para estudos sísmicos mais detalhados.

A investigação do núcleo lunar, que já tinha sido sugerida por pesquisas anteriores, agora ganha novos contornos com a confirmação de Briaud e sua equipe. A densidade do núcleo (7.822 quilos por metro cúbico), muito próxima à do ferro, e a semelhança com o núcleo terrestre, reforçam a hipótese de que Lua e Terra compartilham uma história comum, possivelmente moldada por eventos e processos geológicos similares há bilhões de anos.

No fim das contas, a Lua, nosso vizinho celestial mais próximo, ainda tem muito a nos ensinar. Essa descoberta não apenas esclarece dúvidas sobre a composição lunar, mas também abre portas para novas perguntas sobre a formação e evolução de corpos celestes no Sistema Solar. 

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