Artes/cultura
26/03/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 26/03/2024 às 18:00
Você já ouviu falar nos primos dos crocodilos, os aetossauros? Esses animais eram verdadeiros mestres da sobrevivência, governando o mundo antes mesmo dos dinossauros surgirem. Agora, um estudo liderado por pesquisadores da Universidade do Texas, em Austin, revelou uma nova espécie desses répteis, digamos, blindados: o Garzapelta muelleri.
Se voltássemos no tempo, encontraríamos um animal gigante que era semelhante ao crocodilo moderno, mas com muito mais "armadura". É assim que era o Garzapelta, uma criatura imponente que viveu há cerca de 215 milhões de anos. Eles eram tão bem protegidos que foram apelidados de "tanques do Triássico" pelos paleontólogos.
E essa alcunha não é para menos! Com até 5 metros de comprimento, esses aetossauros eram cobertos por placas ósseas chamadas osteodermas, que formavam uma espécie de escudo ao redor de seus corpos robustos.
A descoberta desse novo ancestral do crocodilo foi possível graças a uma carapaça quase completa, que cobre desde a nuca até a ponta da cauda. Normalmente, os cientistas se deparam com fósseis muito limitados, o que dificulta o entendimento e a classificação.
Desde quando foi descoberto em 1989, os pesquisadores já imaginavam estarem diante de uma nova espécie de aetossauro. Porém, ainda seria preciso se debruçar sobre o achado para descobrir a qual linhagem de fato aquela espécie pertencia.
E entender a história evolutiva do Garzapelta não foi tarefa fácil. Sua anatomia única confundiu os cientistas em relação à sua classificação dentro da árvore genealógica dos aetossauros.
Com partes da carapaça lembrando diferentes grupos de espécies, foi preciso um estudo minucioso para determinar sua posição correta. Mas mesmo com todos os desafios, essa descoberta nos oferece uma visão intrigante sobre a evolução desses répteis antigos.
Essa nova espécie ajuda os cientistas a entender melhor a diversidade e a evolução dos aetossauros durante o Triássico Superior, servindo, também, para que os pesquisadores repensem a forma que enxergam a evolução de outras espécies.
Uma das características mais marcantes do Garzapelta são suas pontas curvas ao longo dos flancos. Essas pontas, juntamente com as placas ósseas, não apenas forneciam proteção contra predadores, mas também ofereciam pistas valiosas sobre a evolução desses répteis.
Surpreendentemente, descobriu-se que as semelhanças entre as pontas do Garzapelta e outra espécie de aetossauro são resultado de evolução convergente, um fenômeno fascinante onde características semelhantes surgem independentemente em linhagens não relacionadas.
O Garzapelta muelleri foi assim nomeado em homenagem ao condado de Garza, onde foi encontrado, e ao falecido paleontólogo Bill Mueller, que fez a descoberta original. Já o termo "pelta" vem do latim, que significa "escudo".
O fóssil desse "tanque blindado" agora faz parte das coleções de fósseis da Texas Tech University, onde continuará a inspirar novas pesquisas sobre a vida pré-histórica.