Tatu gigante indica que humanos já estavam na América do Sul há 21 mil anos

23/07/2024 às 12:002 min de leituraAtualizado em 23/07/2024 às 12:00

Os restos de uma carcaça cortada de um tatu gigante mostram que os humanos estavam na América do Sul muito antes do que se imaginava. Datada de cerca de 21 mil anos, a carcaça também mostra algumas das primeiras evidências arqueológicas de pessoas na região sul do continente.

Os ossos fossilizados foram descobertos nas margens do Rio Reconquista, a nordeste da Argentina. Eles pertenciam a uma espécie de gliptodonte, um parente gigante extinto dos tatus chamado Neosclerocalyptus. Segundo os pesquisadores, essa criatura podia crescer até 2 metros de comprimento e servia como uma generosa refeição para os humanos.

Banquete gigante

Tatus gigantes podiam chegar até 2 metros de comprimento. (Fonte: Wikimedia Commons)
Tatus gigantes podiam chegar até 2 metros de comprimento. (Fonte: Wikimedia Commons)

Arqueólogos da Universidade Nacional de La Plata, da Argentina, encontraram marcas de corte características ao redor da pélvis, cauda e armadura corporal do animal, causadas por ferramentas de pedra. No passado, as Américas já foram ricas em megafauna — como era descrita a natureza com animais muito grandes.

Porém, essas enormes criaturas entraram em extinção, incluindo preguiças-gigantes e uma espécie de lhama colossal. Muitas evidências mostram que humanos pré-históricos caçavam esses animais, levantando a hipótese de que a caça excessiva tenha sido uma das responsáveis para o sumiço de diversas espécies.

A datação dos novos restos de Neosclerocalyptus estima que o animal foi morto entre 21.090 e 20.811 anos atrás. Esse é um dado especialmente relevante, tendo em mente que existe um debate científico sobre quando os humanos começaram a migrar da Eurásia para as Américas. Estimativas conservadoras sugeriam que o povoamento na região começou há pelo menos 16 mil anos, mas a descoberta recente muda completamente o panorama.

Humanos na América do Sul

Megafauna nas Américas pode ter sido extinta por conta de caça excessiva dos seres humanos. (Fonte: Wikimedia Commons)
Megafauna nas Américas pode ter sido extinta por conta de caça excessiva dos seres humanos. (Fonte: Wikimedia Commons)

Além da descoberta da carcaça de tatu gigante na Argentina, uma das evidências mais incríveis da chegada dos humanos nas Américas vem na forma de pegadas encontradas no Novo México, datadas para algum momento entre 23 mil e 21 mil. Alguns arqueólogos contestam essa afirmação, mas ela foi reafirmada por outros estudos.

Além disso, as evidências mostram que os humanos chegaram ao sul da América do Sul muito antes do que era previsto anteriormente. De acordo com artigos, o consenso atual diz que os humanos chegaram nessa região do planeta após migrarem da Sibéria para o atual Alasca por meio de uma ponte de terra que existiu na última Era Glacial.

Várias ondas de migração provavelmente ocorreram nessa época e alguns grupos começaram a caminhar mais para o sul — eventualmente chegando na atual Argentina. Arqueólogos e antropólogos ainda estão tentando montar as peças desse enorme quebra-cabeça histórico, mas ainda falta muito para termos um cenário mais claro dos acontecimentos. 

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