10 personagens influentes que nunca existiram de verdade

24/03/2018 às 03:005 min de leitura

Os papéis da ficção na vida humana não são os mais simples de definir, indo desde uma simples forma de entretenimento até um meio para simplificar e facilitar a compreensão de como o mundo funciona. Em alguns casos, não seria um exagero dizer que as histórias e personagens podem até mesmo mudar ou definir a maneira como encaramos o mundo.

Alguns contos ficcionais são tão inspiradores e marcantes que as pessoas passam a pautar suas vidas de acordo com valores aprendidos nessas histórias. Muitas vezes isso se deve em grande parte aos personagens que dão vida a essas aventuras, que costumam reunir características tão impressionantes (e ao mesmo tempo reais) que acabamos transformando-os em ídolos e incorporamos alguns de seus traços em nossas próprias personalidades.

Não é possível sequer chegarmos perto de definir um número exato de pessoas que existiram apenas em livros, filmes, jogos e programas de TV, mas ainda é possível notar alguns que influenciaram pensamentos, crenças e ações profundamente – e talvez ainda o façam. A seguir, falamos sobre alguns desses personagens (ir)reais que continuam mexendo com a cabeça das pessoas.

10 – Sherlock Holmes

Surgido no primeiro livro da série de Sir Arthur Conan Doyle, “Um Estudo em Vermelho” (de 1887), Sherlock criou o estereótipo da imagem de um detetive. Desde seu surgimento, não há uma história, romance, série ou filme de mistério que possa ser considerado completo sem ter um personagem com pelo menos algumas das incríveis habilidades do investigador londrino.

O detetive não só continua sendo uma forte inspiração para a ciência forense da ficção, mas as técnicas que ele utilizava para resolver seus casos, como balística ou análise de caligrafia, tornaram-se uma realidade e são utilizadas em investigações criminais mundo afora. Sherlock Holmes é tão influente que foi o único personagem ficcional a receber uma vaga honorária na Sociedade Real de Química, em Londres.

Fonte da imagem: Reprodução/Nerdice

9 – Harry Potter

Poucas pessoas no mundo são capazes de dizer que nunca ouviram falar do jovem bruxo surgido no livro de J. K. Rowling, “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, em junho de 1997. As aventuras do garoto mágico com seus amigos, professores, escola e antagonistas mantiveram leitores e espectadores grudados aos seus assentos – ao ponto que muitos ainda não querem acreditar que a história chegou ao fim.

Traduzido para 67 idiomas, os livros de Harry Potter venderam milhões de unidades e as adaptações para o cinema feitas pela Warner Brothers não são menos populares. Isso tudo sem contar a grande quantidade de jogos e produtos diversos que tornam o nome do bruxinho uma fórmula mágica de fazer dinheiro – tanto que fez de J. K. Rowling a única escritora bilionária do mundo.

Fonte da imagem: Reprodução/Harry Potter Wikia

8 – Papai Noel

O Bom Velhinho é uma das “personalidades” lendárias mais populares no mundo todo. O fofo, sorridente e agradável samaritano com longas barbas brancas e suas clássicas roupas vermelhas recebe o crédito pela distribuição de presentes para todas as boas crianças do planeta na véspera de Natal.

Embora a origem precisa seja difícil de determinar, o mito parece ser uma combinação de tradições antigas das culturas holandesa e germânica, desde o século IV. Crianças de toda a porção cristã do mundo aguardam pacientemente (ou não) a chegada do Papai Noel a cada ano, e mesmo a parte não cristã é familiar ao personagem, seja por conta de filmes, gibis, televisão ou outros meios.

“Noel é realmente o único ícone cultural que temos que é homem, não carrega armas e prega apenas paz, alegria, doação e cuidado com os outros. Esta é parte da magia para mim, especialmente em uma sociedade em que nos tornamos tão comercializados e ligados a símbolos manufaturados. O Bom Velhinho é muito mais orgânico, integral, conectado ao passado e, portanto, atrelado ao futuro”, afirmou o produtor de TV Jonathan Meath.

Fonte da imagem: Reprodução/Teia de Renda

7 – O Homem Marlboro

A cena clássica dos comerciais que mostravam o cowboy machão, andando ou cavalgando pelos campos enquanto fumava, pode não ser familiar para algumas das pessoas mais novas, mas causou uma transformação significativa no mercado de cigarros mundial, com efeitos visíveis ainda hoje.

Criada em 1954 por Leo Burnett, a campanha do Homem Marlboro buscava promover a venda de cigarros com filtro para o público masculino. Antes de sua implantação, os machões de plantão consideravam esse tipo de produto algo fraco e, portanto, feminino. No entanto, a propaganda teve um forte impacto e hoje esse tipo de fumo é abundantemente difundido pelo mundo todo, para ambos os sexos.

Fonte da imagem: Reprodução/É da sua época?

6 – Cinderela

A inspiradora história de ascensão social da jovem garota e a forma como ela encontra seu Príncipe Encantado é famosa mundo afora. Um dos contos de fada mais populares que existem, suas origens estão perdidas nas parábolas folclóricas, mas sua primeira publicação aconteceu em 1697, no livro “Histórias e Contos de Fadas do Passado com Moral”, de Charles Perrault.

Uma das maiores influências de Cinderela se deve ao fato de que, mesmo com todas as adversidades, ela consegue alcançar o merecido reconhecimento no final da história, um clímax que motiva pessoas mundo afora até hoje. Além disso, o inesperado resgate das garras de sua madrasta pelo Príncipe Encantado causa grande impacto no imaginário de jovens garotas.

Fonte da imagem: Reprodução/OsMais.com

5 – Robin Hood

O herói fora da lei do folclore inglês é famoso por roubar dos ricos e distribuir o saque entre os pobres. O conto das aventuras de Robin Hood e seus homens continua popular ainda hoje, remetendo à ideia da redistribuição social da riqueza.

Ainda que muitas pessoas, especialmente crianças, possam considerar corretos os atos do protagonista dessas histórias, muitos insistem em lembrar que ele ainda se tratava de um ladrão, a despeito de suas motivações. De uma forma ou de outra, a lenda do defensor dos oprimidos se faz presente por todo o globo.

Fonte da imagem: Reprodução/Coventry Telegraph

4 – Ravana

O cruel rei de dez cabeças de Lanka é o principal antagonista do épico hindu Ramayana, descrito como um fiel seguidor de Shiva, um apto governante e um grande estudioso. Mesmo sendo retratado como um vilão, Ravana possui muitos templos em sua homenagem espalhados pela Índia e Sri Lanka.

Algumas pessoas acreditam que o rei cruel não seja apenas um personagem ficcional, mas tenha existido de fato, embora não existam evidências conclusivas desse fato, apenas descobertas espalhadas. Entre seus outros dotes, Ravana era profundo conhecedor de música, sendo a ele atribuída a criação do Ravanahatha, um instrumento que alguns estudiosos apontam como influência na criação do violino.

Fonte da imagem: Reprodução/Buzzle

3 – Dexter

Surgido inicialmente na série de livros de Jeff Lindsay, iniciada em 2004 por “Dexter – A Mão Esquerda de Deus”, o anti-herói ganhou maior projeção mundial na série televisiva, atualmente em sua temporada final. A influência do assassino serial disfarçado de detetive forense não é nada positiva.

O personagem trabalha como analista de manchas de sangue no Departamento de Polícia da região Metropolitana de Miami e escolhe suas vítimas apenas após encontrar evidências que comprovem que elas são culpadas pela morte de alguém. Ele então usa sua posição para destruir as evidências de seus crimes, evitando sua própria captura.

O modus operandi de Dexter influenciou várias pessoas, muitas das quais acabaram cometendo assassinatos de forma similar. Em 2009, o canal de televisão CBS News mostrou uma reportagem sobre um jovem do estado norte-americano de Indiana chamado Andrew Conley, que se inspirou no personagem e acabou matando seu irmão mais novo.

Fonte da imagem: Reprodução/EmPautaUFS

2 – Tio Sam

Este homem alto e barbudo de expressões sérias, com seu chapéu e terno característicos, tornou-se a personificação do governo federal dos Estados Unidos. Seu próprio nome no idioma original, Uncle Sam, tem como sigla o “US” que designa a nação. A primeira menção ao personagem acontece na versão original da canção “Yankee Doodle”, que remonta à Revolução Americana, de 1775.

Símbolo da identidade norte-americana, o Tio Sam foi usado em pôsteres de recrutamento para o exército durante ambas as Guerras Mundiais. No segundo conflito global, a influência do ícone era tão grande que a agência de inteligência alemã Abwehr deu o codinome “Samland” (algo como “Terra de Sam”) aos EUA.

Fonte da imagem: Reprodução/Plugcitários

1 – Romeu e Julieta

A tragédia romântica desse casal é a história que mostrou ao mundo o que é o verdadeiro amor absoluto. Criados para a peça shakesperiana publicada em 1597, os dois protagonistas, em seus papéis de jovens apaixonados arquetípicos, são capazes de provocar sorrisos e lágrimas ao mesmo tempo.

Apesar de ser emotivo e trágico, o conto do casal fala do triunfo do amor verdadeiro e de duas pessoas que se sacrificaram por seus sentimentos. A influência sobre jovens apaixonados é tanta que poderíamos dizer que virtualmente todas as pessoas desejam encontrar alguém por quem possam se sentir dessa forma.

Curiosamente, há uma estátua de Julieta na cidade de Verona, na Itália, onde a história se passa, que é alvo de um mito interessante. Reza a lenda que se você tocar o seio direito da escultura terá boa sorte pelo resto da vida.

Fonte da imagem: Reprodução/Arlindo Grund

Os personagens ficcionais que marcam nossas vidas e nos influenciam, positiva ou negativamente, são incontáveis. E você, já foi marcado por alguma “personalidade” que não existe no mundo real? Deixe seu relato nos comentários.

*Publicado em 9/8/2013

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