Artes/cultura
13/02/2019 às 06:00•2 min de leitura
Às vezes não tem jeito: a cabeça ferve e a calma que precisamos manter em situações de conflito acaba nos deixando na mão. E explodimos. Gritamos, berramos, dizemos aquilo que estava entalado na garganta, xingamos. Depois vem sempre o peso na consciência, o remorso ou, dependendo da situação, a vontade de fazer de novo.
Esquentadinhos de plantão, uni-vos, vocês não estão errados – pelo menos não sempre. O Mother Nature Network publicou uma série de explicações científicas que deixam bem claro: gritar é bom para a sua saúde emocional. Duvida? Então confira a seguir os benefícios de extravasar e xingar muito:
Um estudo publicado no jornal NeuroReport mostrou a reação de testes feitos com um grupo de estudantes que colocaram suas mãos em um recipiente com água gelada. Parece tortura chinesa, mas a ideia era verificar quanto tempo eles conseguiriam ficar daquela maneira.
Aqueles que disseram palavrões tiveram menos dor e conseguiram ficar, em média, 40 segundos a mais com as mãos dentro da água do que os voluntários que foram obrigados a manter silêncio.
Quando você xinga alguém ou alguma situação, seu corpo se prepara para entrar em uma briga. Esse mecanismo de defesa, como você já deve ter percebido na prática, faz seu coração bater depressa. Logicamente, isso é uma coisa positiva quando o stress não é muito grande – em situações extremas, a coisa pode sair do controle.
É verdade que nem sempre estamos dizendo palavras de baixo calão para pessoas com as quais temos algum bom nível de relacionamento afetivo, mas cientistas já perceberam uma coisa inusitada: xingar pode melhorar relacionamentos interpessoais.
“Além da função psicológica de xingar, nós não podemos nos esquecer das funções sociais. Xingar é importante para criar relacionamentos estreitos, amizade ou intimidade com os outros”, disse a pesquisadora Monika Bednarek, da Universidade de Sidney.
De acordo com o psiquiatra Neel Burton, quando gritamos e xingamos, mostramos a nós mesmos que não somos criaturas passivas e vítimas, mas pessoas capazes de reagir com emponderamento e brigar, se for necessário. Isso é, de fato, importante, e pode melhorar sua autoconfiança e também a autoestima.
Quando ninguém se ofende no processo, podemos fazer piadas com palavras de baixo calão e acabar criando momentos divertidos entre amigos.
Além do mindinho que você arrebentou na beirada da cama, gritar algum palavrão pode fazer com que você resolva dores não físicas, como quando leva um fora ou perde uma vaga de emprego. Não resolve o problema, mas alivia a sensação de angústia.
Palavrões são formas de expressar não apenas a raiva, como alegria, surpresa, felicidade. A explicação é do psicólogo Timothy Jay, que estuda o efeito dos palavrões há 35 anos. Para ele, esses xingamentos são como uma buzina em um carro: é um mecanismo que pode ser usado de diversas formas.
E aí, você alguma vez já tinha pensado nesse lado “terapêutico” dos palavrões? Conte para a gente nos comentários!