Artes/cultura
21/12/2024 às 18:00•2 min de leituraAtualizado em 21/12/2024 às 18:00
Com mais de oito bilhões de habitantes, o mundo moderno é significantemente mais barulhento do que há algumas décadas. No entanto, não há motivo para que essa sucessão de ruídos irritantes permaneça dentro dos nossos lares. Mais do que o simples incômodo, o barulho constante prejudica nossa concentração, qualidade de vida e equilíbrio emocional.
Hoje, está cientificamente comprovado que a exposição prolongada ao ruído pode causar perda auditiva induzida (Pair), um dano progressivo à capacidade auditiva. Isso ocorre quando sons muito altos ou constantes danificam aos poucos as células ciliadas dentro do ouvido interno (cóclea). O processo, na maioria das vezes, só é percebido tardiamente.
No nível endocrinológico, ruídos estimulam a produção de hormônios do estresse, como o cortisol, que eleva os níveis de tensão e compromete o equilíbrio psicológico do indivíduo. Isso significa que, quanto mais exposta ao barulho, mais a pessoa experimenta níveis elevados de ansiedade, distúrbios do sono e redução de sua capacidade produtiva.
Também conhecida como isolamento acústico, a insonorização é uma técnica que reduz ou elimina completamente os ruídos indesejados em um determinado ambiente. Muito usada na construção civil, indústrias e estúdios de gravação, a solução oferece uma série de benefícios também para ambientes residenciais.
Quando corretamente instalados, painéis acústicos, bem como espumas e vidros laminados, podem reduzir significativamente os sons externos indesejados, criando um ambiente doméstico mais tranquilo e saudável. Esses materiais bloqueiam os sons que vêm de fora e também melhoram a acústica interna e a inteligibilidade vocal dos habitantes da casa.
O processo de insonorização envolve diversas etapas, mas o primeiro passo é fazer um estudo acústico do ambiente, com o objetivo de identificar as fontes de ruído, e planejar as melhores estratégias para reduzi-lo. A etapa seguinte é a seleção de materiais do processo e a instalação.
Muita gente pensa que o silêncio é só a ausência de ruído, mas, sendo também a ausência de palavra ou de comunicação, ele se transforma em um estado fundamental para a recuperação física e mental. Com isso, a qualidade do sono melhora consideravelmente, e o corpo se regenera como um todo, impactando a saúde de forma positiva.
Praticar o silêncio libera o cérebro para entrar em um estado especial de processamento e recuperação. Um cérebro em silêncio consegue organizar as informações recebidas no dia e depurá-las, promovendo uma espécie de arquivamento seletivo de memórias e experiências.
Vários estudos científicos comprovam que ambientes sem ruídos externos provocam transformações importantes nos processos mentais, especialmente na esfera criativa e introspectiva. Não se trata aqui de um privilégio, que na verdade é um direito fundamental, mas o exercício de um recurso biológico essencial para nossa sobrevivência psíquica.