Ciência
19/04/2012 às 12:43•1 min de leitura
(Fonte da imagem: Reprodução/Wikipedia )
De acordo com Carl Zimmer, um famoso escritor especializado em temas científicos, o pintor Claude Monet tinha visão ultravioleta. Em um artigo publicado pelo site Dowload the Universe, Zimmer conta que Monet desenvolveu catarata senil com o passar dos anos, reclamando com frequência de não poder enxergar claramente.
Esse problema de visão é bastante comum em idosos, provocando um embaçamento progressivo que pode levar à cegueira. No caso de Monet, conforme a doença foi progredindo, parte do espectro visível de cores acabou sendo bloqueado, levando-o a enxergar as cores de forma bastante turva. Isso fez com que o artista tivesse problemas para pintar, e Monet reclamava de ter a sensação de enxergar o mundo através de uma névoa.
Depois de muitos tratamentos frustrados, o pintor aceitou se submeter à cirurgia de remoção das cataratas, aos 82 anos de idade, o que eliminou completamente o cristalino do olho esquerdo do artista. Essa estrutura funciona como uma lente que nos ajuda a focalizar melhor os objetos, além de servir como um filtro natural contra os raios UV.
A partir da cirurgia, Monet voltou a pintar e a reconhecer as cores novamente, mas passou a sofrer de uma condição conhecida como afacia, que faz com que as pessoas sem cristalino tenham uma visão azulada temporariamente.
Dessa forma, além das cores do espectro normal, Monet também passou a perceber novas cores. Ele passou a enxergar e a pintar em ultravioleta. Um de seus motivos favoritos eram as flores, e é por essa razão que seu famoso quadro "Les nymphéas" mostra os belos lírios aquáticos com um tom azulado, enquanto, na verdade, eles sejam de cor branca.