Artes/cultura
14/01/2016 às 05:22•3 min de leitura
Se você tivesse que escolher entre passar 15 minutos sozinho, apenas pensando em um quarto, ou levar choques elétricos, qual seria a sua escolha? Em um primeiro momento, pode não parecer, mas este estudo comprovou um fato bizarro: a maioria das pessoas prefere os choques elétricos!
Isso acontece porque somos socialmente programados a ter medo da solidão e a interpretá-la como algo extremamente negativo. Em termos psicológicos, isso pode ter a ver com o fato de que seres humanos buscam sempre aprovação e acabam achando que, se uma pessoa está sozinha é porque ninguém gosta dela.
A verdade é que, quando o assunto é solidão, existem duas vertentes: a solidão no sentido de estar sem pessoas por perto e a solidão triste, digamos assim, que é quando nos sentimos sozinhos, sem ter com quem contar, mesmo quando mais precisamos de atenção. De acordo com o psicólogo Ross Rosenberg, pessoas que não conseguem ficar sozinhas possivelmente têm algum trauma devido a alguma experiência de perda ou luto, têm baixa autoestima ou são inseguras.
Rosenberg afirma, no entanto, que a solidão é parte da existência humana. De acordo com ele, todos nós nos sentimos sozinhos de vez em quando, mas algumas pessoas sofrem SEMPRE que estão sozinhas. Além disso, vale frisar que alguns padrões específicos de personalidade parecem mais confortáveis com a solidão, como é o caso das pessoas introvertidas, que realmente PRECISAM de um tempo sozinhas.
O Huffington Post abordou o assunto e resolveu dar algumas dicas para aquelas pessoas que preferem o choque elétrico, afinal a solidão faz parte da nossa vida e é possível não apenas aprender a lidar com ela, mas também tirar bons frutos do tempo que passamos sem companhia. Confira algumas dicas a seguir:
Como o próprio Rosenberg falou, pessoas que têm medo da solidão geralmente têm algum tipo de trauma que as faz experimentar um grande desconforto quando estão sem alguém por perto. Se você não gosta de passar alguns momentos consigo mesmo, busque entender por que isso acontece.
Uma das maneiras de superarmos o medo é enfrentá-lo de uma vez por todas. No caso da solidão, uma forma de resolver o problema é ficar sozinho logo de uma vez, sem pensar muito, como uma experiência mesmo. Dessa forma, você vai finalmente saber como é ficar em um cômodo sem ninguém por perto, apenas pensando na vida, no universo e tudo mais.
“É como pular em uma piscina quando você sabe que a água está fria”, compara Rosenberg. Realmente, ao pularmos em uma piscina de água gelada, levamos aquele susto momentâneo, mas depois nos acostumamos e nos divertimos.
Às vezes, você pode não gostar de ficar sozinho porque fica sem ter o que fazer, e o tédio toma conta. Se esse for o caso, nada melhor do que descobrir coisas que podem ser feitas sem a companhia de outras pessoas, como escrever, desenhar, ler, aprender a cozinhar uma nova receita ou simplesmente começar a ver aquela série que ninguém quis assistir com você. O importante é pensar em atividades que sejam inspiradoras e capazes de acordar seu lado mais criativo.
Quando você tem relacionamentos sólidos – de amizade, amor ou família –, acaba não tendo tanta dificuldade em passar algum tempo sozinho. Isso tem a ver com o fato de um relacionamento intenso nos deixar seguros, e segurança é a palavra-chave quando o assunto é solidão. Quando mais intenso um relacionamento for, mais você sente que pode ser ouvido e compreendido – no fundo, todos nós queremos exatamente isso.
Quando você tem com quem contar em todos os momentos, possivelmente não se sentirá angustiado quando estiver sozinho. Só o fato de saber que há alguém lá fora com quem você pode contar sempre que precisar já é um alívio.
Digamos que você não suporte a ideia de ficar sozinho em seu quarto ou em qualquer cômodo da sua casa. Não tem problema, é só escolher outro lugar. Nesse caso, Rosenberg aconselha espaços pouco movimentados, como museus, galerias ou qualquer lugar calmo que faça com que você saia da sua zona de conforto e, ainda assim, explore melhor seu tempo com você mesmo.
Rosenberg explica que pessoas que conseguem acalmar a si mesmas quando estão em situações desconfortáveis provavelmente cresceram em um ambiente familiar saudável. Já quem não teve suas necessidades básicas de segurança garantidas pelos pais pode não ter segurança na vida adulta e, nesse caso, acaba buscando estar sempre na companhia de pessoas que possam, inconscientemente, aliviar essa sensação.
Se mesmo depois de passar por todos esses passos você ainda sentir desconforto com a solidão, não deixe de procurar ajuda. O medo crônico da solidão pode ser bastante prejudicial na medida em que o tempo vai passando, e uma maneira muito eficaz de resolver o problema é buscar tratamento psicoterapêutico.
É comum que as pessoas ainda vejam com maus olhos os tratamentos realizados por psicólogos, mas isso não passa de preconceito e falta de informação. Qualquer pessoa, por menos problemas que acredite ter, pode tirar proveito de algumas boas sessões de terapia.
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