Artes/cultura
19/06/2017 às 02:01•2 min de leitura
Existem pessoas que morrem de medo de altura, outras que morrem de medo de aranhas, assim como as que morrem de medo de subir em montanhas-russas e as que morrem de medo de morrer mesmo! No entanto, apesar de a expressão morrer de medo ser usada com enorme frequência e em uma grande variedade de contextos, será que alguém poderia literalmente bater as botas desse jeito?
De acordo com Erin McCarthy, do portal Mental_Floss, é possível que uma pessoa literalmente morra de medo sim, embora isso seja relativamente raro. Segundo explicou, quando nos vemos em uma situação que nos amedronta ou assusta, o mecanismo de “fuga ou luta” é acionado pelo nosso organismo, e uma porção de coisas começam a acontecer conosco.
Primeiro ocorre uma descarga de adrenalina que, por sua vez, faz com que o coração bata mais depressa e, assim, mande mais sangue aos músculos. Além disso, a respiração fica acelerada, as pupilas se dilatam, a musculatura fica tensa, os vasos sanguíneos mais superficiais se contraem, e algumas funções fisiológicas — como a digestão, por exemplo — desaceleram.
Todas essas respostas fazem com que nos tornemos mais rápidos e fortes do que o normal temporariamente, aumentando as nossas chances de fugir ou lutar em uma situação de perigo. O problema é que, apesar de o coração normalmente conseguir lidar com tudo isso sem maiores problemas, a adrenalina, embora seja produzida e liberada pelo nosso organismo, é uma substância tóxica que, em excesso, pode nos fazer mal.
A adrenalina age sobre os receptores existentes nas células musculares do coração desencadeando uma reação química que afeta o sistema que regula o ritmo cardíaco, fazendo com que o músculo cardíaco se contraia. Entretanto, quando a descarga dessa substância é muito grande, pode acontecer de a adrenalina fazer com que o coração se contraia e não consiga relaxar ou que ele passe a trabalhar com um ritmo que não é compatível com a vida.
Um desses efeitos é o que os cardiologistas chamam de fibrilação ventricular, que faz com que os ventrículos — que são as câmaras que ficam na parte inferior do coração — não se contraiam completamente, impedindo que o sangue seja bombeado e desencadeando a parada cardiorrespiratória.
Por sorte, esse tipo de problema não costuma ocorrer com frequência em pessoas saudáveis. Contudo, caso se trate de alguém que sofra de alguma cardiopatia — como artérias bloqueadas, por exemplo —, então a coisa muda, e o risco de morrer de medo se torna algo bastante real.
E já que estamos no assunto, Erin ainda explicou que é possível morrer de alegria também. Segundo disse, emoções positivas muito fortes também podem desencadear um processo em nosso organismo semelhante à resposta ao medo e provocar a morte do superfeliz.
*Publicado em 12/03/2015
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