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14/11/2020 às 08:00•2 min de leitura
Durante a Segunda Guerra Mundial, relatos de tropas japonesas eram divulgados entre grupos no oriente terrestre, que espalhavam boatos sobre a existência de seitas canibais e de ataques motivados por ódio e fome. Com o fim dos eventos bélicos e o posterior surgimento dos primeiros depoimentos de veteranos e sobreviventes, a sombria história do império nipônico veio à tona, revelando atrocidades que mudariam completamente o rumo do país.
A guerra não foi grata com o exército japonês e foi capaz de despertar o pior e mais violento instinto humano, inspirado pela miséria, falta de perspectiva e iminência de morte. Entre 1940 e 1945, almirantes e membros das Forças Armadas do Japão passaram a ocupar inúmeros territórios entre Ásia, África e Oceania, apenas para combater os nativos e promover a dominação sob a presença de tropas norte-americanas.
Durante anos, as autoridades japonesas relacionaram os boatos sobre a alimentação de carne humana apenas à fome, mas documentos recentes apontam que também eram motivados por algo muito mais profundo que isso, o ódio pelos rivais de guerra. “Esses documentos mostram claramente que esse canibalismo foi feito por todo um grupo de soldados que, em alguns casos, nem estavam morrendo de fome”, disse o historiador Toshiyuki Tanaka.
Centenas de casos foram reportados com o passar do tempo, grande parte deles ocorrendo durante dominações nas Filipinas, Papua Nova-Guiné e Austrália. Culturalmente, o fígado era a peça mais visada, pois acreditava-se que continha uma força interior vinculada a fins espirituais, sendo capaz de revelar uma espécie de “demônio” capaz de combater as forças hostis.
Em 1944, um avião norte-americano fez um pouso de emergência nas ilhas Ogasawara, no Japão, após ser abatido por inimigos. Dos nove tripulantes, apenas um conseguiu escapar para, quase 60 anos depois, tornar-se presidente dos Estados Unidos: George W. Bush.
Por ordem do tenente-general Yoshio Tachibana — anos depois condenado por canibalismo — o exército japonês desmembrou os invasores caídos, arrancando seus fígados para aproveitar um banquete, apenas para saciarem a vontade de se autodeclararem vitoriosos em combate. O ex-presidente norte-americano só escapou deste trágico fim pois havia sido resgatado instantes antes do ataque por um submarino que passava próximo da costa. Que sorte, não?