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15/10/2022 às 07:00•2 min de leitura
É bem provável que, quando você pensa em faraó, o primeiro nome que vem à mente é do popular Tutancâmon. Mas todos os líderes do antigo Egito merecem destaque. E um dos nomes importantes neste grupo, sem dúvida, é o de Hatshepsut, a mulher que foi uma grande faraó.
No século XV a.C., é de se imaginar ser bem difícil que uma mulher se tornasse governante, mas eventualmente acontecia. Há histórias de rainhas regentes que substituíram seus maridos. Mas, de modo geral, seus reinados eram curtos e elas acabavam não se tornando muito influentes.
Hatshepsut, no entanto, foi uma exceção a esta regra. Ela conseguiu se tornar a mulher mais poderosa do Egito durante os anos que exerceu o seu poder.
(Fonte: Wikipedia)
Hatshepsut (seu nome significa "a principal das mulheres nobres") subiu ao poder por um lance do acaso. Quando seu marido (que era também seu meio-irmão) Tutmés II morreu, por volta de 1478 a.C., seu único herdeiro homem era Tutmés III, filho de uma de suas amantes. Só que Tutmés III era ainda uma criança. Por isso, Hatshepsut foi nomeada regente do Egito.
Ocorre que Hatshepsut era filha do rei Tutmés I – por isso, de alguma forma, ela era uma herdeira legítima do poder. Por isso, ao invés de se tornar uma simples regente, ela se autoproclamou faraó. Assim, ela permaneceu governando depois que Tutmés III finalmente atingiu a maioridade.
Para conseguir se legitimar como faraó, Hatshepsut tentou masculinizar a própria imagem. Nas pinturas, ela era retratada como uma barba falsa, e deu ordem para que os escultores a retratassem com ombros e peitos largos, como um homem. Para completar, ela retirou o T no final do seu nome (que tornava a palavra feminina) e passou a se chamar Hatshepsu.
(Fonte: mareandmare/Getty Images)
Seu governo foi relativamente próspero e pacífico. Ela focou na construção de infraestrutura para o Egito e na diplomacia, conseguindo expandir o comércio com a Fenícia. Quando sua gestão completou nove anos, ela conseguiu organizar uma grande expedição para a terra de Punt que retornou com madeira, ouro, incenso, mirra e até animais exóticos.
Esta expedição se tornaria um dos eventos mais famosos do governo de Hatshepsut. Tanto que imagens referentes a ela foram imortalizadas nas paredes do templo Djeser-Djeseru (nome que quer dizer "a maravilha das maravilhas"), construído para louvar os deuses Amon, Anúbis e Hator.
Hatshepsut nunca foi deposta. Ela permaneceu no poder até morrer, quando assumiu o seu enteado, Tutmés III. Depois de sua morte, o novo faraó começou a tentar apagar as referências a Hatshepsut dos templos, no intuito de desconstruir a sua memória. Os historiadores creem que o objetivo era tentar proteger a autoridade do próprio Tutmés III, já que a imagem de Hatshepsut era muito forte no Egito.
Independente do que o novo governante tentou fazer, a verdade é que Hatshepsut entrou para a história como a primeira grande mulher que se tornou faraó do Egito.