Ciência
27/02/2023 às 02:00•2 min de leitura
Em 1946, a Hungria foi palco de uma das piores hiperinflações já registradas na história. Naquele ano, a economia do país estava em ruínas após as invasões ocorridas na Segunda Guerra Mundial, então o governo foi forçado a imprimir cada vez mais dinheiro para financiar suas despesas. O resultado foi uma inflação galopante que chegou a níveis inimagináveis, levando a população à miséria e ao desespero.
A Hungria passou de aliada dos nazistas a um dos países invadidos. (Fonte: Wikipédia)
O problema da hiperinflação na Hungria começou em 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Naquele momento, o país estava devastado pela guerra, o que resultou em um colapso econômico. Para tentar estabilizar a situação, o governo húngaro recorreu à impressão de dinheiro, o que gerou uma inflação crescente.
A partir de 1946, a inflação na Hungria começou a crescer de forma exponencial. A cada dia, os preços subiam mais e mais, enquanto o poder de compra do dinheiro se desvalorizava. Em apenas um ano, a inflação chegou a incríveis 41.900.000.000.000.000% (41,9 quatrilhões, para facilitar). Para se ter uma ideia, um ovo, que custava 20 pengo (a moeda húngara da época) em janeiro de 1946, chegou a custar 2 bilhões de pengo em julho do mesmo ano.
Moeda era tão desvalorizada que outras formas de trocas de valores surgiram. (Fonte: Wikipédia)
A hiperinflação trouxe consequências devastadoras para a população do país. Aqueles que haviam guardado suas economias ao longo da vida viram todo o seu dinheiro se desvalorizar em questão de dias. As pessoas lutavam para conseguir o suficiente para comprar alimentos e outros itens básicos, já que os salários caíram mais de 80%.
Com o colapso do sistema monetário, os mercados negros proliferaram, e muitas pessoas passaram a trocar bens e serviços em vez de dinheiro. Empresas passaram a pagar seus funcionários com o que eles mesmos produziam ou com alimentos como batatas, açúcar, etc. Além disso, o comércio de moedas estrangeiras, ouro e prata se tornou uma forma de sobrevivência para aqueles que tinham algum tipo de riqueza.
Somente depois da criação do Florim a economia voltou a se estabilizar. (Fonte: Wikipédia)
Somente em agosto de 1946, o governo húngaro adotou finalmente medidas para tentar controlar a inflação. Foi introduzida uma nova moeda, o florim, que substituiu o pengo, com a conversão de 400 quatrilhões de pengo para um florim. Além disso, o governo implementou uma série de medidas econômicas, como o controle de preços e o aumento dos impostos, na tentativa de estabilizar a economia.
Apesar dessas medidas, a hiperinflação teve efeitos duradouros na Hungria. A população do país levou anos para se recuperar da crise, e a economia do país só começou a se recuperar na década de 1950. Até hoje, a hiperinflação do país é lembrada como um dos piores exemplos de instabilidade econômica da história.