Ciência
25/11/2023 às 05:00•2 min de leitura
Ao observar as guerras que estão se desdobrando na atualidade, é possível reparar que as tensões entre países se agravam por razões que geralmente se relacionam à luta por poder, território e recursos.
No entanto, nem sempre isso é nítido, já que, ao menos num primeiro momento, os motivos podem parecer inofensivos, ou mesmo serem apenas fruto de combinações moldadas pelo acaso.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Um exemplo disso pode ser observado quando a morte de Guilherme Adelino, filho do rei Henrique I da Inglaterra, deu origem a tensões políticas em 1120. Tudo isso porque ele era o único filho legítimo, e, portanto, herdeiro ao trono.
A princípio, a intenção de Henrique era que sua filha Matilda ocupasse o posto, mas seu sobrinho Estêvão de Blois, em oposição a esse plano, conseguiu apoio da corte para ser coroado após a morte do rei, no ano de 1135. Reviravoltas ocorreram e Matilda até conseguiu a coroa após capturar Estêvão por um curto período, mas ele acabou retornando ao poder, embora bastante enfraquecido.
Como consequência dessa instabilidade, a Inglaterra ficou quase duas décadas mergulhada numa guerra civil que ficou conhecida como "a anarquia" — e vale dizer, ela inspirou a famosa série House of the Dragon. No final das contas, Estevão concordou que o filho de Matilda fosse designado ao trono, o que ocorreu em 1153.
(Fonte: Getty Images)
Durante o Império Bizantino, uma corrida no Hipódromo de Constantinopla também desencadeou um grande conflito. O cavalo do Imperador Justiniano foi considerado vencedor sobre o cavalo Nice, escolhido pela população. Em meio ao descontentamento generalizado, dada a desigualdade e a pobreza, e somada à tentativa da oposição de derrubar o governo, a Revolta de Nika foi ganhando maiores contornos em 532 d.C.
Justiniano cogitou fugir, mas aconselhado por Teodora, sua esposa, ele ordenou que a revolta fosse duramente reprimida. Vale lembrar que nesse caos todo, mais de 30 mil pessoas morreram.
(Fonte: Henry Guttmann Collection/Hulton Archive/Getty Images)
Se pararmos para pensar, a Primeira Guerra Mundial também teve como ponto de partida um evento trágico e que ganhou maiores proporções rapidamente. Numa visão geral, as tensões dentro da Europa eram grandes naquele período, sendo motivadas por disputas territoriais, pelo avanço do nacionalismo, e muito mais.
Mas, nos livros de história, o registro é que a morte do arquiduque Francisco Ferdinando foi o que acabou sendo relacionada ao estopim para a Primeira Guerra Mundial. O herdeiro do império austro-húngaro foi assassinado por um nacionalista sérvio, e a crise política acabou se espalhando para muito além da península balcânica. A partir desse episódio, as alianças firmadas entre os países deram forma a um dos conflitos mais violentos da história.
(Fonte: Getty Images)
Em meio ao avanço do Calvinismo, a Igreja Católica temia perder espaço, e um incidente, ainda que não tenha sido orquestrado pela instituição, refletiu essa divisão religiosa. Dessa forma, o que parecia ser um dia de comemorações, tornou-se uma noite sangrenta.
O pano de fundo era o casamento real de 18 de agosto de 1572, celebrado entre a filha de Catarina de Médici, Margarida de Valois, e Henrique de Bourbon, líder dos huguenotes. Em teoria, o evento deveria aproximar católicos e huguenotes protestantes ao selar um acordo entre os lados. Mas, no dia 22, um atentado malsucedido desencadeou um massacre.
Acredita-se que Catarina, antiprotestante, teria ordenado o ataque se aproveitando que muitos calvinistas estavam presentes, incluindo os líderes. Havia uma lista de pessoas a serem executadas a princípio, mas a violência ocorreu de forma indiscriminada. O número de mortos girou entre 20 e 50 mil pessoas, e como consequência direta do Massacre de São Bartolomeu, o calvinismo quase desapareceu da França.