Como tirar aquela música grudenta da cabeça?

26/08/2024 às 14:002 min de leituraAtualizado em 26/08/2024 às 14:00

Sabe aquela sensação de ficar com uma música grudada na cabeça após ouvi-la? Por incrível que pareça, cientistas elaboraram uma tecnologia que ajuda a tirar essas canções da sua mente.

Conheça a "Earworm Eraser", uma faixa musical lançada pela empresa de tecnologia Atlassian que promete fazer uma "limpa" na mente das pessoas que estão incomodadas com uma música chiclete.

A faixa Earmworm Eraser

Existe uma expressão que ficar com uma música tocando sem parar no cérebro significa ter "vermes no ouvido". Foi daí que surgiu o título "Earmworm Eraser", uma tecnologia que promete "apagar os vermes" da cabeça de um ouvinte incauto.

Trata-se de uma faixa feita por cientistas. O projeto reuniu Kelly Jakubowski, psicóloga musical da Universidade de Durham, com engenheiros de áudio. De acordo com uma declaração feita pela empresa Atlassian, "a trilha de 'Earworm Eraser' funciona incorporando princípios científicos da música e do cérebro para interromper os padrões neurais que mantêm uma melodia cativante presa na cabeça. A trilha apresenta uma série de padrões de áudio e estruturas rítmicas que são cuidadosamente projetadas para quebrar o loop da música na mente do ouvinte".

Os fundamentos científicos para o funcionamento do vídeo não foram divulgados, mas uma das chaves está na repetição. Várias pessoas que testaram disseram que "Earworm Eraser" realmente funciona.

Por que as músicas grudam na cabeça?

(Fonte: GettyImages / Reprodução)
A chave para uma música grudar na cabeça é a repetição. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

De acordo com Elizabeth Hellmuth Margulis, diretora do Music Cognition Lab da Universidade de Arkansas, 90% das pessoas tendem a ficar com músicas grudadas na cabeça pelo menos uma vez por semana. Para 25%, isso pode acontecer várias vezes por dia.

Muita gente acha que essa é uma experiência muito desagradável, mesmo que no caso de quem gosta muito de música. Não se sabe ao certo como esse fenômeno acontece, mas há hipóteses de que certas canções geram "imagens musicais involuntárias" que ficam se repetindo em nossas mentes.

Segundo Claire Arthur, professora assistente na Escola de Música do Instituto de Tecnologia da Geórgia em Atlanta, esses "vermes de ouvido" se repetem em várias culturas e idades diferentes. "Mas o que distingue esse tipo de música de qualquer outra memória que surge espontaneamente na sua cabeça é que ele se repete e se repete, geralmente em um loop direto", declarou à Wired.

A repetição, portanto, é um quesito fundamental. "Nosso cérebro é composto por uma rede complexa e massiva de neurônios que armazenam informações, e quando a mente está livre para divagar, ela pode involuntariamente pousar em uma música que foi codificada por meio de repetição. Na verdade, compositores e artistas que escrevem músicas intencionalmente criam repetições em suas músicas para aumentar as chances de criar um verme de ouvido", diz Emery Schubert, pesquisador e professor da Universidade of New South Wales. 

Alguns aspectos podem fazer que músicas se comportem dessa forma. Os gatilhos seriam: atualidade (músicas ouvidas recentemente), familiaridade (músicas muito conhecidas) e tédio (falta de outras atividades ocupando o cérebro). Portanto, melhor passar longe de músicas como Baby Shark se não quiser passar por esse problema. Ou então usar o "Earworm Eraser".

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