Artes/cultura
07/03/2024 às 14:00•2 min de leituraAtualizado em 08/03/2024 às 11:13
William Buckland, renomado como o geólogo e paleontólogo, destacou-se na Universidade de Oxford não apenas por sua erudição em geologia e paleontologia, mas também por sua personalidade extravagante. Suas palestras eram teatros de excentricidade, atraindo estudantes com piadas ousadas e, muitas vezes, chocantes. O apetite voraz de Buckland por conhecimento era acompanhado por sua curiosidade gastronômica, levando-o a experimentar refeições exóticas e, por vezes, bizarras.
Buckland era um explorador ousado na culinária, revelando uma afinidade peculiar por pratos exóticos que desafiavam os limites do aceitável. Em seus extravagantes banquetes, Buckland recebia convidados com uma variedade de iguarias inusitadas, transformando suas refeições em verdadeiras aventuras gastronômicas. Ratos servidos com torradas e avestruzes assados eram apenas o começo de sua abordagem única à comida.
No auge de sua excentricidade, William Buckland alegou ter ingerido o coração mumificado do rei Luís XIV da França. Essa saga culinária única foi marcada por um evento extraordinário, quando Buckland, em uma mistura de curiosidade científica e ousadia, engoliu o órgão preservado com uma declaração ousada: "Já comi muitas coisas estranhas, mas nunca comi o coração de um rei antes".
A paixão de William pela culinária exótica também encontrou eco em seu filho, Francis Trevelyan Buckland. Ambos compartilhavam um apetite insaciável pelo reino animal, transformando a Arca de Noé em um menu de jantar. Francis, desde a infância, demonstrou uma inclinação única para explorar o reino animal.
Ao estabelecer seu próprio zoológico na faculdade, ele transformou o local em um cenário para experiências culinárias extravagantes. Animais como macacos, águias, chacais e até mesmo um urso faziam parte das festividades, enquanto pratos como tromba de elefante cozida e carne retirada da cabeça de um golfinho desafiavam as convenções culinárias.
William Buckland, apesar de suas notáveis contribuições para a geologia e paleontologia, não escapou de críticas, sendo uma das vozes mais proeminentes a de Charles Darwin. O autor da teoria da evolução descreveu Buckland como "vulgar e quase grosseiro" em sua autobiografia. Essa crítica de Darwin reforça a personalidade excêntrica e muitas vezes extravagante de Buckland, que, embora tenha atraído alguns admiradores, também gerou desaprovação entre seus contemporâneos.
O comportamento peculiar de William Buckland em suas palestras, onde misturava sua paixão pela geologia com excentricidades gastronômicas, pode ter contribuído para a visão crítica que muitos tinha sobre ele. O geólogo não apenas explorava o reino animal de maneiras incomuns, mas também compartilhava suas experiências culinárias, o que poderia ter sido percebido como uma busca por notoriedade em detrimento da seriedade científica. Essas críticas, no entanto, não impediram que Buckland deixasse uma marca duradoura em sua área de atuação.