Ciência
20/07/2024 às 12:00•2 min de leituraAtualizado em 20/07/2024 às 12:00
No coração do Brasil, na região central de Goiás, um mistério arqueológico se esconde em meio à vegetação exuberante. Trata-se da Muralha de Paraúna, uma colossal estrutura de pedras que intriga historiadores, arqueólogos e aventureiros. A construção, também chamada de Muralha de Ferro ou Muralha de Pedra, estende-se por cerca de 15 km na Serra da Portaria, erguendo-se em alguns pontos a mais de 2 metros de altura e 1,5 metro de largura.
Feita de blocos de basalto negro, ou pedra-ferro, essa construção impressiona não apenas pelo seu tamanho, mas pelo enigma que a envolve: quem a construiu e como?
O primeiro aspecto que chama a atenção é a precisão com que os blocos foram assentados, a maioria em posição horizontal e aparentemente "colados" com óleo de baleia. Essa técnica de construção, aliada ao formato das pedras que lembram degraus, sugere um conhecimento avançado de arquitetura lítica (feita de pedras) que não se espera encontrar no interior do Brasil. Além disso, os blocos de basalto são notoriamente resistentes, tornando a muralha uma fortaleza que desafia o tempo e os elementos.
A muralha se insere num cenário repleto de outras maravilhas arqueológicas. Não muito distante, há túneis com seções de 4 metros de diâmetro escavados na rocha, esculturas zoomorfas e antropomorfas e uma gruta repleta de símbolos das civilizações clássicas do Oriente Médio, como os egípcios e judeus.
Essas descobertas fazem de Paraúna um local único, onde vestígios de culturas aparentemente desconexas se encontram em um mosaico de mistérios históricos.
A comparação com edificações pré-incaicas do Peru é inevitável. A precisão e o estilo das construções em Paraúna possuem semelhanças marcantes com as obras encontradas no litoral peruano, mais precisamente no rio Santa. Essas confluências culturais levantam mais perguntas do que respostas e sugerem a existência de um passado globalizado de tal forma que ainda não compreendemos totalmente.
Outro ponto de destaque é a cidadela da Serra da Arnica, a 20 km da muralha. Lá, ruínas ciclópicas e esculturas monumentais, como uma figura zoomorfa (forma de animal) de um felino ou esfinge e uma cabeça humana em estilo maia, reforçam a ideia de uma civilização avançada com técnicas sofisticadas de construção e escultura na região.
Para entender a Muralha de Paraúna e seus arredores, são necessárias escavações sistemáticas e estudos aprofundados. Embora muitos acreditem que as construções sejam obra de povos silvícolas pré-cabralinos, a complexidade das técnicas sugere a presença de uma cultura megalítica milenar que pode ter interagido com outras civilizações antigas.
O enigma de Paraúna não reside apenas nas pedras da muralha, mas também nas simbologias herméticas encontradas na caverna da Serra dos Caiapós. Aqui, símbolos cabalísticos e figuras do Tarô esculpidas no teto da gruta indicam uma compreensão profunda e esotérica da natureza e do cosmos.
Assim, a Muralha de Paraúna permanece um desafio e uma inspiração para exploradores e estudiosos, um testemunho silencioso de uma era que ainda guarda muitos segredos. Entre lendas e fatos, ela nos convida a questionar, investigar e admirar as façanhas de nossos antepassados, enquanto continuamos a desvendar os mistérios que moldam a nossa história.