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10/12/2015 às 11:29•2 min de leitura
Que tipo de música o seu gato gosta de ouvir? Ele reflete o seu gosto pessoal, que vai de Luan Santana, passa por Iron Maiden e termina em Taylor Swift? Ou ele é mais ligado em clássicos como Beethoven e Mozart? Até hoje, as músicas são pensadas para agradar aos seres humanos, mas existe um ser dessa espécie querendo democratizar a arte para todos os bichos – começando com os gatos.
“Gatos tiveram que ouvir músicas de que muitas vezes eles realmente não gostam”, explica o compositor David Teie, que já levantou US$ 241 mil (mais de R$ 910 mil) para tocar um projeto de fazer músicas especialmente para os gatos. “Quando eu inventei esse tipo específico de música, em 2009, o The New York Times chamou de melhor ideia do ano. Fazer música para os animais se tornou uma missão para a minha vida”, explicou o cara.
Suas primeiras aventuras por esse ramo datam de 2003, quando ele ainda era violoncelista da Orquestra Sinfônica Nacional da América. Sua teoria é de que a música tem a capacidade de nos trazer conforto desde quando nós ainda estamos no útero de nossas mães. Se isso faz bem para os humanos mesmo antes de nós nascermos, o que se dirá, então, dos animais?
Em 2008, alguns veterinários começaram a estudar os efeitos que as músicas criadas por David Teie tinham sobre os gatinhos. Através da análise da reação que eles tinham a duas canções “Rusty's Ballad” e “Cozmo's Air”, os pesquisadores concluíram que 77% dos gatos que as ouviam tinham reações extremamente positivas.
“Parece que os gatos estão respondendo às músicas se elas forem devidamente projetadas e no idioma do gato”, explica Nick Dodman, especialista em comportamento animal do curso de medicina veterinária da Universidade Tufts, em Massachusetts (EUA).
Os primeiros testes de Teie, entretanto, foram com os primatas. Os macacos possuem vozes mais agudas e pulso mais rápido, então o ritmo para eles precisa acompanhar essa natureza. Os micos ficaram mais calmos com sons mais tranquilos e mais agitados com uma espécie de “música eletrônica símia”.
"Bem lôco. Empolgante"
Depois do primeiro teste acima, o músico David Teie resolveu levantar fundos para seu projeto e focou em um animal que teria público: os gatos. Por mais que ele seja alérgico aos felinos, ele sabia que, se conseguisse agradar aos bicinhos, seus donos seriam os mais aptos a comprar suas canções – só nos EUA, estima-se que existam 80 milhões de gatinhos!
“Se você jogar um ronronar real, os gatos vão se habituar a isso”, explicou. Então, ele começou a estudar os sons reais dos animais para criar composições que fossem tão boas para eles quanto para seus donos. “O que estou tentando fazer é agradar os cérebros deles para que pensem: ‘Ei, eu não sei o que é isso, mas faz eu me sentir bem’”, concluiu.
Teie também entendeu que cada ronronar tinha dois tons específicos, como uma espécie de batimento cardíaco. Então, além de usar sons reais, o músico criou instrumentos virtuais que simulam a vocalização dos gatos. No meio disso tudo, ele lança ultrassons de gatinhos correndo e miando – algo que se tornou extremamente eficaz com suas “cobaias”.
Para financiar seu projeto, David Teie criou uma campanha no Kickstarter e arrecadou US$ 241 mil. Através disso foi possível desenvolver o primeiro disco exclusivo para gatos do mundo, que tem o nome mais do que autoexplicativo de “Music for Cats”. Você pode testar a reação do seu bichano através da música abaixo:
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