Saúde/bem-estar
28/08/2017 às 09:34•2 min de leitura
Se você já viu alguma cena de parto em filme, série, novela ou mesmo na vida real, possivelmente se lembra de algum médico ou enfermeiro dizendo para a mulher em trabalho de parto que ela precisava fazer força para empurrar o bebê, certo? E se isso não for exatamente necessário?
A proposta de que a mãe não deve fazer força, mas sim esperar que o próprio corpo faça o movimento de ajudar o bebê a sair, é uma medida que começou a ser defendida de um tempo para cá.
Um grande estudo feito sobre o tema, pelo Medway Maritime Hospital, do condado de Kent, na Inglaterra, revelou que o ato de incentivar a mulher a fazer força e empurrar o bebê para fora tem relação com rupturas severas na região do períneo.
Após um experimento que durou 12 meses e que consistia, basicamente, em pedir para que as mulheres não fizessem força na hora do parto, o que se observou foi que o percentual de mulheres com danos severos no períneo caiu de 7% para 1%.
Outra mudança proposta nesse programa de 12 meses, além da questão de fazer força, foi a posição da mulher durante o trabalho de parto: as pacientes foram orientadas a não ficarem deitadas, mas sim em pé, sentadas, de cócoras ou em outras posições que favorecessem o trabalho da gravidade.
Durante as contrações, a equipe de enfermagem também passou a ajudar as mulheres a realizarem trabalhos de respiração no lugar do exercício de empurrar o bebê. As mudanças também aconteceram durante a saída do bebê: se antes a equipe puxava a criança depois da passagem dos ombros, agora o ideal era esperar que o bebê saísse sozinho, também para evitar que a mulher sofresse muito e tivesse o períneo rasgado.
Os resultados positivos desse método foram publicados no European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology. Ainda que esse tipo de procedimento não seja muito popular, ele não causa espanto para doulas e outros profissionais que trabalham com métodos humanizados de parto, e é muito bom ter respaldo científico que garanta segurança e menos sofrimento para as gestantes.