Estilo de vida
05/08/2022 às 02:00•2 min de leitura
Um novo caso de cura do HIV foi confirmado por pesquisadores do City of Hope National Medical Center, nos Estados Unidos, no dia 27 de julho. O anúncio feito durante a Conferência Internacional de AIDS em Montreal, no Canadá, é o quarto caso de paciente que entrou em remissão para o vírus usando o mesmo tratamento.
O paciente em questão é um homem de 66 anos, que testou positivo para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em 1988. Ele não teve a identidade revelada, mas foi apelidado de “Cidade da Esperança”, em referência ao centro médico no qual recebeu o tratamento.
Conforme os especialistas da instituição americana, o homem ficou livre do vírus causador da AIDS após receber um transplante de medula óssea para tratar leucemia. O doador possuía uma mutação genética rara, denominada CCR5 Delta 32 homozigótica, que torna as pessoas resistentes ao HIV.
Ainda de acordo com o hospital, o transplante objetivava cuidar do câncer do sangue, detectado aos 63 anos. No entanto, o tratamento não só o curou da leucemia, como também o fez entrar em remissão para o HIV, com a mutação CCR5 impedindo a replicação do vírus no seu organismo.
O paciente curado do HIV no centro de pesquisa dos EUA recebeu o transplante de células-tronco há três anos. Desde então, vem sendo monitorado pelos médicos, que não encontraram mais nenhuma evidência do vírus no seu corpo após o procedimento.
Ele não usa mais o tratamento antirretroviral desde março de 2021, alcançando o status de cura da doença. Os medicamentos poderiam ter sido retirados antes, mas o enfermo preferiu esperar até receber a vacina contra covid-19.
“Estamos orgulhosos de ter ajudado o paciente a alcançar a remissão do HIV e da leucemia. É gratificante saber que nossa ciência pioneira em transplantes de medula óssea e células-tronco, juntamente com nossa busca pela melhor medicina de precisão contra o câncer, ajudou a transformar a vida desse paciente”, comemorou o CEO da instituição, Robert Stone.
Quem também celebrou a cura foi o próprio paciente, que comparava o diagnóstico com uma sentença de morte. “Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV”, disse ele.
O método utilizado neste caso, o mesmo adotado no “Paciente de Berlim”, como ficou conhecido o primeiro homem a vencer a AIDS, pode ajudar na cura de idosos que tenham HIV e leucemia. Mas para tanto, é essencial identificar o doador certo, segundo a infectologista Jana Dicker, líder da pesquisa.
A especialista ressalta que o procedimento possui efeitos colaterais significativos, podendo não ser adequado para grande parte dos doentes. Com isso, a técnica envolvendo o transplante de medula óssea deve ficar restrita a casos específicos