Saúde/bem-estar
03/01/2025 às 06:00•2 min de leituraAtualizado em 03/01/2025 às 06:00
Imagina resolver a calvície com um simples gel à base de açúcar natural? Pesquisadores das universidades de Sheffield, no Reino Unido, e COMSATS, no Paquistão, estão desvendando um potencial revolucionário de um composto chamado desoxirribose — aquele mesmo presente no DNA. Eles descobriram que, além de ajudar na cicatrização, esse açúcar pode turbinar o crescimento de cabelo em animais, rivalizando com tratamentos consagrados como o minoxidil.
A inspiração veio de um acaso científico (algo extremamente comum no mundo da ciência). Durante estudos sobre como a desoxirribose ajudava ratos a regenerar a pele ferida, os cientistas notaram algo peculiar: os pelos ao redor das lesões cresciam mais rápido e mais densos.
Intrigados, eles decidiram aprofundar a pesquisa e aplicaram o gel em camundongos machos com queda de pelos causada por testosterona. O resultado? Em poucas semanas, os pelos removidos das costas desses animais não só voltaram, como estavam mais grossos e robustos.
Dessa maneira, o estudo, publicado na revista Frontiers in Pharmacology, revelou que a desoxirribose age melhorando a vascularização da área tratada, algo essencial para alimentar os folículos capilares. Mais vasos sanguíneos significam mais nutrientes e oxigênio para os cabelos, que crescem mais fortes.
Em testes comparativos, o gel demonstrou a mesma eficácia do minoxidil, mas com um grande diferencial: a desoxirribose é natural, barata e não tóxica.
Quem sofre com a alopecia androgenética, a forma mais comum de calvície, enfrenta poucas opções eficazes. O minoxidil nem sempre funciona, e a finasterida, além de ser indicada apenas para homens, pode causar efeitos colaterais graves, como disfunção erétil e depressão. Por isso, um tratamento simples, seguro e acessível, como o gel de desoxirribose, é uma alternativa promissora.
Antes de correr para o mercado, saiba que há muito ainda a ser investigado. Até agora, os experimentos se limitaram a camundongos machos. Não se sabe se o efeito seria o mesmo em humanos ou em mulheres com calvície ligada à testosterona.
Essa descoberta pode trazer avanços não apenas para o tratamento da alopecia androgenética, mas também para a recuperação de cabelos, sobrancelhas e cílios em quem passou por quimioterapia. Isso é crucial para ajudar no resgate da autoestima dessas pessoas, impactando positivamente na recuperação e na qualidade de vida.
Os cientistas destacam que essa área ainda é pouco explorada, com poucas opções de medicamentos disponíveis e algumas contraindicações de alto risco. O gel se mostra uma alternativa promissora por ser biodegradável, barato e estável. Em outras palavras, oferece um tratamento mais acessível, sem os altos custos das soluções atuais, como os transplantes capilares.
Enquanto aguardamos mais avanços, a esperança cresce junto com os primeiros fios nos laboratórios. Quem sabe, em um futuro próximo, um potinho de gel de açúcar seja tudo o que precisamos para deixar a calvície para trás. Afinal, se a resposta para esse dilema está dentro de nós, por que não aproveitar?