Ciência
25/09/2023 às 06:37•2 min de leitura
A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo e progressivo, para a qual ainda não há cura. A doença é a principal causa da demência, que segundo dados do Ministério da Saúde afetam mais de 1,2 milhão de brasileiros e mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Recentemente, pesquisadores divulgaram uma esperança para encontrar a cura, um remédio inicialmente testado para esclerose múltipla pode ser efetivo para o combate do Alzheimer.
Um estudo publicado no PNAS, e liderado por Juliana R. Lopes e Xiaoming Zhang, mostrou a potencialidade do tratamento com anticorpos monoclonais para aliviar os sintomas em pacientes com estágios mais avançados de Alzheimer. Os anticorpos estavam presentes em um remédio imunológico aplicado via nasal para o tratamento de esclerose múltipla.
O tratamento foi aplicado em ratos com a Doença de Alzheimer, conclui-se que os anticorpos feitos em laboratório se vinculam a determinadas células e proteínas impedindo o avanço da doença e ajudando a resposta imunológica do corpo.
Alzheimer é responsável por 50% a 70% dos casos de demência no mundo. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
As causas exatas para a ocorrência de Alzheimer ainda não são completamente conhecidas, mas parece haver fatores genéticos e sociais envolvidos. Quando ocorre, certas proteínas do sistema nervoso começam a ser mal processadas, gerando proteínas mal cortadas e tóxicas que se instalam entre os neurônios.
No cérebro de uma pessoa afetada, ocorrem duas principais características patológicas: placas de proteína beta amiloide e emaranhados de proteína tau. As primeiras se acumulam entre os neurônios e interferem na comunicação neuronal, enquanto os emaranhados de tau prejudicam a estrutura das células cerebrais.
Com isso, neurônios começam a ser destruídos e dependo da área afetada diversas funções cognitivas e motoras podem ser afetadas. Isso leva a uma diminuição do volume cerebral que pode resultar em sintomas como perda de memória, confusão, dificuldade em realizar tarefas cotidianas e alterações de personalidade.
A inflamação crônica no cérebro também desempenha um papel importante na progressão da doença. À medida que as células nervosas morrem, o cérebro encolhe e as funções cognitivas se deterioram ainda mais. Eventualmente, o Alzheimer pode tornar uma pessoa completamente dependente de cuidados.
Infelizmente, ainda não há cura para o Alzheimer. Até agora, a maioria dos tratamentos se concentra em combater a formação de placas de proteínas beta amiloides, benéfico em estágios iniciais da doença. O tratamento do novo estudo, porém, conseguiu melhora na cognição independente da quantidade de beta amiloide, assim o tratamento mostra potencialidade para recuperar funções perdidas e combater a inflamação no cérebro.
Segundo o Ministério da Saúde, o Alzheimer tem entre fatores de risco o histórico familiar e a baixa escolaridade. Isso demonstra que pessoas com desempenham atividades intelectuais mais complexas podem combater e mitigar os efeitos da doença. Por isso, entre as sugestões de prevenção estão manter o cérebro ativo, com leituras, exercícios, atividade em grupo, e convívio social. Além disso, evitar fumar e beber e realizar atividades físicas regulares podem ajudar. O diagnóstico precoce também é importante para o aumento da qualidade de vida.
De acordo com o estudo, novos testes ainda serão conduzidos em animais antes que se passe para a experimentação em humanos.