Estilo de vida
09/06/2017 às 11:25•3 min de leitura
No final de 2015, redigi aqui no Mega um texto sobre como fiquei um mês sem tomar refrigerante e o impacto que isso causou na minha vida. Nele, termino escrevendo sobre o próximo desafio: parar de fumar. Demorou um pouco, mas finalmente aceitei esse compromisso comigo mesmo e está sendo melhor do que eu imaginava, apesar de não ser fácil.
Vejamos: eu fumo há 17 anos, tempo equivalente à metade da minha vida. Comecei na adolescência e, como muita gente, achava que “não criaria dependência”. Sempre falava que pararia quando quisesse, mas essa não é bem uma verdade, já que o cigarro tem um ímã invisível difícil de ser superado pela física.
Eu já tentei parar outras vezes, mas nenhuma parece ter funcionado tanto quanto agora. No começo de maio, decidi “dar um tempo” do fumacê, desistindo de usar o termo “parar”, por achá-lo muito pesado. A princípio, seria uma pausa até meu aniversário – afinal, eu merecia esse presente –, mas está sendo tão bom ficar sem cigarro que vou prolongar essa “pausa” para sempre.
Em 2004, eu fazia até pose para tirar foto fumando
Quem fuma sabe que o cigarro é ruim. Nunca pense que é por sem-vergonhice ou algo parecido. A indústria tabagista cria artimanhas para convencer a pessoa de que fumar é legal. No passado, grandes atores do cinema, os maiores influenciadores da época, vez ou outra apareciam com um cigarrinho nas mãos. O fumo era um sinônimo de status.
Depois vieram as propagandas, mostrando tudo que seria possível fazer com um cigarro. Tipo conquistar o mundo, sabe? Só que a verdade não é bem assim: essa droga, apesar de liberada, é responsável pela morte de 5 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Ou seja, essa é a causa mortis mais evitável em toda a Terra!
O tabagismo é responsável por 30% das mortes por câncer de boca e por 90% das mortes por câncer de pulmão! O cigarro também afeta o coração e pode causar bronquite, enfisema e derrame. Nos homens, ainda pode acarretar impotência sexual e infertilidade. Para que se arriscar tanto, não é mesmo?
No meu aniversário de 30 anos, em 2012, eu já evitava tirar fotos fumando
A primeira dica importante é escolher um dia para deixar de fumar. O Ministério da Saúde fala de duas paradas: a imediata e a gradual. Caso você opte pela segunda alternativa, existem alguns macetes, como o de estipular metas diárias de diminuição. Você pode conferir um exemplo neste link.
Você deve levar em consideração que o que funciona para uma pessoa pode não funcionar no seu caso. Eu, por exemplo, já tentei a parada gradual e não consegui. Estou indo pelo caminho mais radical e tenho percebido um resultado bem melhor.
Algumas pessoas vão ter necessidade de mais ajuda e podem procurar um profissional de saúde. Esse apoio pode ser com conversa, aconselhamento e orientação e, em alguns casos, usando adesivo, chiclete e outros remédios.
Você deverá achar a melhor forma para o seu caso, mesmo isso não sendo fácil
Hoje em dia, inúmeras campanhas estão “dificultando” a indústria do tabaco em conseguir mais fumantes e manter os que já fumam. O preço do cigarro está cada vez mais alto e não é mais possível fumar dentro de estabelecimentos – eu sou do tempo em que podíamos fumar no interior de shoppings e baladas, por exemplo. E mais no passado ainda, era permitido até dentro dos aviões! Você consegue imaginar isso?
Um grande erro é acreditar que essas leis estão tirando o seu direito de fumar – você até pode, mas vale a pena? Pense pelo lado do fumo passivo: estudos apontavam que pessoas não fumantes que trabalhavam em casas noturnas acabavam inalando o equivalente a oito cigarros por noite. Isso era justo com elas? Eu não acho.
Portanto, pense muito bem antes de começar a fumar, mesmo que seja para se inserir em uma rodinha de amigos. Ser o “careta” é a coisa mais legal do mundo nessa questão – aliás, vamos combinar que a caretice hoje em dia está mais em começar a fumar ou continuar fumando, não concorda?
Parar não é fácil, mas é totalmente possível. E, como eu já disse, caso esteja complicado, você pode procurar o serviço de saúde de sua cidade, pedindo orientações nesse sentido. Também é possível ligar para o Disque Saúde (136) para pegar algumas dicas. E, se você já superou esse desafio, conte aí nos comentários como foi sua experiência. Outros futuros ex-fumantes agradecem!
Nada como retomar as rédeas de sua vida
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