Artes/cultura
19/04/2024 às 18:00•3 min de leituraAtualizado em 19/04/2024 às 18:00
No nosso dia a dia é inegável que utilizamos inúmeras frases de sentido figurado para expressar nossas ideias de forma mais casual em conversas com amigos, familiares e colegas. Só que essa prática é tão comum que nunca paramos para pensar no quanto essas expressões idiomáticas são estranhas.
Dizeres como "tirar o cavalinho da chuva" ou "acertar na mosca" não são exatamente simples de entender para um estrangeiro, o que nos leva a pensar nas frases similares que cada país possui e que nem fazemos ideia do que poderiam significar. Por isso, separamos algumas das expressões idiomáticas mais sem sentido que podem ser ouvidas ao redor do mundo.
Começando com nossos amigos espanhóis, temos a frase "pensando na imortalidade do caranguejo", que serve para se referir a alguém que está sonhando acordado. Considerando que os caranguejos não são imortais, o sentido figurado da frase serve apenas para trazer um senso de algo mais fantástico. Aqui no Brasil, temos as expressões "pensando na morte da bezerra"ou "com a cabeça nas nuvens" com significados parecidos.
Na Turquia, você pode usar a expressão "jogou os sapatos no telhado" para falar de alguém que está passando por um momento difícil ou sem sorte em algum departamento de sua vida. A frase vem da época do Império Otomano, quando os sapateiros eram julgados duramente se faziam produtos de má qualidade, resultando nos seus sapatos sendo jogados no telhado da loja para avisar possíveis consumidores. Para nós, uma frase meio similar seria "em uma maré de azar".
Direto da França, temos a frase "não empurre a vovó nas urtigas", que pode ser usada para dizer para alguém não exagerar ou parar de pressionar uma situação. Em nosso país, seria o equivalente a dizer algo como "não force a barra".
Para os dinamarqueses, dizer que "há corujas no pântano" significa que algo está meio suspeito, seja numa situação ou na maneira que alguém está se comportando. Originalmente, a frase tinha a palavra "lobo" no lugar de "coruja", o que faz mais sentido na noção de tomar cuidado com algo que pode ser perigoso, mas houve um mal-entendido na pronúncia em algum momento e a frase se transformou naturalmente. Em português, costumamos utilizar "tem caroço nesse angu" para o mesmo significado.
Na Alemanha, por algum motivo, a frase "feche a tampa, macaco morto" significa o mesmo que pedir para encerrarem o assunto ou situação de uma vez. No Brasil, costuma-se dizer "botar uma pá de cal" cobre um assunto para um efeito similar.
Na Tchéquia, você pode dizer que alguém "jogou o rifle no centeio" se quiser insinuar que a pessoa desistiu de algo ou uma situação. Para nós, seria o mesmo que dizer que alguém "jogou a toalha", por exemplo.
A frase húngara que diz que "a cerca não é feita de salsicha" serve para falar que algo ou algum lugar não é tão bom quanto parece. Um equivalente mais ou menos parecido em português poderia ser algo como "quem vê cara não vê coração".
Se um grego te falar algo como "devo cheirar minhas unhas?", significa que alguém fez uma pergunta que eles não sabem responder. Ao que tudo indica, essa expressão vem de quando antigos oráculos gregos colocam os dedos em óleos alucinógenos e os cheiravam para entrar em um tipo transe e obter respostas para as perguntas que recebiam.
Na Índia, alguém faz a pergunta "você é um rabanete de qual campo?" quando outra pessoa está apresentando um comportamento muito arrogante ou como se fosse muito superior aos outros. É como se você quisesse falar que alguém está agindo como se fosse "a última bolacha do pacote", por exemplo.
Para encerrar a nossa lista de expressões idiomáticas, temos a incrível "na bunda da baleia", que vem diretamente da boca dos italianos. Geralmente, eles usam essa expressão para desejar boa sorte para alguém sem realmente dizer a palavra sorte, como se fosse para evitar o azar ou "zica". Isso funciona de forma bem similar aos artistas que dizem "merda para você" ou "quebre uma perna" logo antes de uma performance.