Artes/cultura
21/02/2018 às 08:01•2 min de leitura
Os Kamikazes eram pilotos de aviões japoneses carregados de explosivos cuja missão era realizar ataques suicidas contra os navios dos Aliados nos momentos finais da campanha do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.
Assim como os homens-bombas, a quem são prometidas regalias pós-morte, os Kamikazes também seguiam um manual que recomendava aos pilotos “transcender a vida e a morte”, eliminando todos os pensamentos sobre essas questões.
Os conselhos do manual ainda ofereciam dicas para garantir o sucesso das missões: “Só então você ignorará totalmente sua vida terrena. Você terá o poder de concentrar sua atenção na erradicação do seu inimigo com determinação inabalável. Entretanto, reforce a sua excelência em habilidades de voo”.
A palavra Kamikaze não nasceu na Segunda Guerra Mundial: ela tem uma origem muito mais remota, na época em que os mongóis invadiram o Japão em 1281, em um ataque liderado por Kublai Khan, um poderoso chefe militar da época.
Porém, justo quando os mongóis estavam prestes a derrotar os japoneses, um tufão altamente destrutivo varreu o país. O fenômeno, batizado de Kamikaze (que significa “vento divino”, em japonês), eliminou completamente o exército mongol.
Os Kamikazes começaram a ser usados após a derrota dos japoneses na Batalha de Saipan, em julho de 1944. O comandante da Primeira Frota Aérea nas Filipinas, Takashiro Ohnishi, afirmava que a melhor forma de infligir o máximo de dano aos navios de guerra dos Aliados era deliberadamente chocar os aviões sobre eles.
Ele também dizia que jogar um avião contra um navio poderia causar muito mais destruição que 10 aviões atirando implacavelmente sobre ele. Com base nessa observação, foi decidido que os pilotos se chocariam propositalmente contra os navios dos Aliados.
Os Kamikazes eram, em média, estudantes universitários leais ao Imperador Japonês, à família e à nação. Eles em média tinham 20 anos e estudavam ciências. A preparação para a missão suicida incluía escrever poemas de despedida e cartas para pessoas amadas, além de receber uma Senninbari (faixa que vai sobre a testa) e participar de uma cerimônia final.
A Senninbari era uma peça especial em que mil diferentes mulheres colocavam um ponto simbólico cada (a faixa também é chamada de mil-pontos). Já a cerimônia de despedida incluía uma bebida de “mistura espiritual” que asseguraria o sucesso da missão. Eles, então, partiam para o avião, espremidos entre mais de 200 quilos de bombas.